quinta-feira, 29 de abril de 2010

O patamar dos 75%

Um desempregado com o salário mínimo antes de perder o emprego tem direito a receber 419 euros de subsídio, que é o patamar mínimo, calculado com base nos 65% da remuneração bruta. Com as regras que o Governo pretende agora impor, com base na remuneração líquida, o subsídio passa a ser de 316 euros, menos 100 euros. "Isto é grave, porque acaba com o patamar mínimo", disse ao DN Maria do Carmo Tavares, da CGTP. Já para um salário de 1000 euros, que dava acesso a 650 euros, o subsídio será de 613 euros.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Já temos o autocarro reservado tambem...


As 5 medidas imediatas do ''Expresso''

'Expresso'' avança medidas imediatas para ajudar Portugal a sair da crise. Veja as cinco sugestões de Nicolau Santos, director-adjunto do Expresso:

O caldo está definitivamente entornado. A Grécia tem culpas no cartório, as agências de rating e vários gurus anglo-saxónicos também, Berlim e Paris estão a contribuir para o descalabro. Mas não adianta chorar. Nós também não fizemos bem o trabalho de casa. Em tempo de guerra, não se limpam armas. Tomam-se medidas. Sugerem-se cinco para resolver o nó górdio que enfrentamos, assente na nossa incapacidade de exportar e de poupar.

1. CONGELAMENTO E DESCIDA DA DESPESA PÚBLICA
O Governo deve anunciar de imediato a apresentação de um Orçamento Rectificativo e um novo Programa de Estabilidade e Crescimento. No primeiro, a despesa pública deste ano deve ser congelada ao nível nominal de 2009 (o que inclui as transferências para as autarquias e regiões autónomas). No segundo, deve existir um compromisso claro de descida da despesa pública em termos nominais da ordem dos 2% a 3% ao ano até 2013.


2. SUSPENSÃO DE TODOS OS GRANDES PROJECTOS
Face à actual situação, o Governo tem a obrigação de anunciar de imediato a suspensão, por tempo indeterminado, da linha de TGV Lisboa-Madrid, do novo aeroporto, da terceira travessia sobre o Tejo.

3. CONCENTRAR TODOS OS APOIOS NA EXPORTAÇÃO
O país só sairá da dramática situação em que se encontra se aumentar dramaticamente as exportações. O Governo deve retirar todos os apoios que incentivem os agentes económicos a apostar em bens não transaccionáveis e concentrá-los todos nas actividades exportadoras de médio/alto valor acrescentado.


4. REMUNERAR BEM A POUPANÇA INTERNA
Face ao que se está a passar, o Estado está a pagar cada vez mais pela captação de poupança externa, quando a pode obter no mercado interno a taxas mais baixas. É necessário anunciar de imediato o lançamento de emissões de títulos públicos para captar a poupança interna a taxas atractivas, quer através de Certificados de Aforro, quer de Obrigações do Tesouro, quer de outros instrumentos. É obrigatório estimular a poupança interna, também pelos efeitos que daí decorrem quanto à redução das importações.


5. AUMENTAR O IVA, CONGELAR O 13º MÊS
Depois das quatro medidas anteriores estarem assumidas publicamente pelo Governo em nome do Estado português, o Executivo têm de aumentar a taxa do IVA de 20% para 21% e anunciar que este ano o 13º mês de todos os funcionários públicos será pagos através de títulos do Tesouro, que não serão vendáveis antes de três ou cinco anos.
Os objectivos são 1) taxar mais quem gasta mais; 2) reduzir as importações; 3) aumentar os níveis de poupança interna.

São medidas duras? Não, são duríssimas. Mas a alternativa, face à tempestade perfeita que está formada sobre as nossas cabeças, é muito pior. Assim, ainda somos nós que controlamos o gatilho e disparamos enquanto jogamos à roleta russa. De outro modo, é alguém a carregar sucessivamente no gatilho até nos meter uma bala na cabeça.

(Na próxima edição impressa do Expresso, sábado, pode ler todos os desenvolvimentos sobre este tema)

mais cortes...

"Como no passado, faremos o que for necessário para assegurar a eliminação do défice excessivo e para promover a competitividade da economia portuguesa", disse ontem o ministro das Finanças ao JN, reagindo àquela nota. Teixeira dos Santos não especificou de que medidas falava, mas Abel Fernandes, da Faculdade de Economia do Porto, admite que passem por mais cortes: em apoios sociais, como o subsídio de desemprego ou o rendimento social de inserção; em obras públicas, como o comboio de alta velocidade ou estradas; na própria máquina pública. Admite até que parte dos vencimentos dos funcionários do Estado seja paga em títulos de dívida, como aconteceu nos anos 80 e que seria, diz, "uma medida mais inteligente do que o corte de salários" decidido por exemplo pela Irlanda e, agora, pela Grécia.

Fonte: JN - 28 de Abril de 2010


terça-feira, 27 de abril de 2010

Opinião: Aprenda a subornar dentro da lei

Em Portugal a máxima "inocente até prova em contrário" não faz qualquer sentido. Isto porque mesmo quando há provas em contrário alguns continuam a ser declarados inocentes. A culpa morre solteira. Justiça portuguesa no seu pior.
"O Tribunal da Relação de Lisboa absolveu hoje o empresário Domingos Névoa do crime de tentativa de corrupção do vereador da Câmara de Lisboa José Sá Fernandes. Segundo os juízes da Relação, "os actos que o arguido (Névoa) queria que o assistente (Sá Fernandes) praticasse, oferecendo 200 mil euros, não integravam a esfera de competências legais nem poderes de facto do cargo do assistente" "É preciso que as funções do funcionário visado pelo suborno possibilitem que sejam praticados os actos pretendidos pelo corruptor." In Expresso

Que delicia não é? Ficámos desta forma a saber que é possível a qualquer pessoa tentar subornar alguém neste país dentro da lei. Basta que a pessoa que se está a subornar não tenha competências para cometer directamente o acto que se está a pagar. Ou seja, o código do bom corruptor ganha um novo artigo: o artigo Névoa.

Segundo o artigo Névoa e passando a exemplos práticos:

É possível subornar um Presidente da Câmara com facilidade. Como? Aprenda. Numa conversa de café e bagaço oferecem 200 mil euros ao motorista do Presidente e dizem-lhe que gostavam de ver a Câmara desistir de um processo judicial que vos está a empatar o negócio. O motorista certamente dir-lhe-á: " Ó amigo, eu não tenho competências para isso!". "Pois claro que não tem. Ou você acha que eu quero ir preso? Mas tem acesso a quem tem. E assim é uma limpeza. Percebeu? Ponha uma balada da Celine Dion quando o for levar amanhã à Câmara, fale-lhe ao coração e à carteira. Mas atenção que eu não tenho nada a ver com o assunto. Eu nem gosto de Celine Dion." De acordo com o artigo Névoa tudo isto é legal. Os 200 mil ao motorista foram para pagar uma boleia para Coruche.

Querem subornar um árbitro de futebol? Fácil. Vamos a isso. Vão ter com a esposa do senhor do apito e ofereçam-lhe 10 mil euros. Digam-lhe que é para ela comprar um pónei ao mais novo. Na mesma conversa dizem-lhe, como quem não quer a coisa, que o marido vai apitar um jogo da vossa equipa que pode decidir a subida de divisão e que seria uma grande alegria se isso viesse a acontecer. Uma alegria para o pónei claro. Tudo dentro da lei portanto, segundo o artigo Névoa. A culpa neste caso é evidentemente do pónei. A senhora não tinha competências nem teve intervenção directa nos 4 penalties e 3 expulsões com que o marido presenteou a equipa adversária.

A justiça está podre. O Caso Névoa confirma que a Justiça portuguesa é uma nódoa. Inadmissível.


Tiago Mesquita (www.expresso.pt) - 100 reféns
9:01 Terça-feira, 27 de Abril de 2010

Reservado: Sardoal


segunda-feira, 26 de abril de 2010

O Sardoal também já esta reservado.

O Sardoal como terra de muitos e bons Benfiquistas tambem já se encontra reservado para a festa que a qualquer momento irá acontecer é só uma questão de tempo...

Brevemente mais novidades.....

Mas enquanto se espera, vamos ganhando noutras frentes...




domingo, 25 de abril de 2010

... waiting

Surpresa! Porto afastado do título!

RECORDAR é viver:


«Ao fim da 2.ª jornada da I Liga, podem tirar-se já algumas conclusões. Uma: que o FC Porto é, dos três grandes, a equipa mais consistente. (…) Outra: que, perante equipas mesmo inferiores à sua no papel, o Benfica de Jorge Jesus não vai lá. (...) Aimar, Saviola e Di María não são, como já o vêm demonstrando há muito, jogadores (digamos assim) de campeonato.»


António Tavares-Teles, 25 de Agosto de 2009.


«(…) parece que (…) vira o disco e toca o mesmo: o FC Porto continua a ser o grande favorito a dominar a nova época que aí vem, a nível interno.»


Miguel Sousa Tavares, 21 de Julho de 2009.


«Eu sei que ainda é cedo para tirar conclusões, e não é meu timbre embandeirar em arco, mas gosto da nova equipa do FC Porto. Quer-me parecer que temos uma equipa muito lutadora, e na boa tradição das velhas equipas portistas, com jogadores que dão tudo o que podem e que se esfarrapam para conseguirem ganhar cada bola, cada duelo. (…) pelo que me foi dado ver, chegou mais um lote de jogadores com essas características. Teremos, pois, nesta nova época, uma equipa de combate, com diversas alternativas (…)»


Rui Moreira, A Bola, 31 de Julho de 2009.


«O Porto conseguiu três vitórias e (…) a equipa dá sinais de ter amadurecido e começa-se a esquecer Lucho e Lisandro».


Rui Moreira, 9 de Outubro de 2010.


«Ao contrário do que alguns dão a entender, o grande adversário do FC Porto no campeonato é o Braga e não o Benfica»


Pinto da Costa, Outubro de 2009.


«(…) o facto de o Porto estar mais forte, ter tantas opções e parecer mais à vontade fora de casa é muito animador (…).»


Rui Moreira, 11 de Dezembro de 2010.


«Nós vamos a partir de hoje aqui solenemente dizer-lhe, interpretando o pensar dos treinadores aqui presentes, dos jogadores aqui presentes, que nós queremos este ano dedicar a vitória do campeonato a si. A si, que vai ser campeão.»


Pinto da Costa, dirigindo-se a uma fotografia de José Maria Pedroto, e interpretando vários pensares, 7 de Janeiro de 2010.


«Caiu bem a promessa de Pinto da Costa de oferecer este campeonato a Pedroto.»


Miguel Sousa Tavares, 12 de Janeiro de 2010.


«Todos os anos têm-me dado gozo ganhar, mas este ano vai dar ainda mais. Confesso que esta época vai dar-me claramente mais gozo ganhar.»


Jesualdo Ferreira, 13 de Fevereiro de 2010.


«Somos Porto e vamos continuar a ganhar.»


Nuno Espírito Santo, 20 de Fevereiro de 2010. Oito dias antes de ganhar 3 do Sporting, 17 dias antes de ganhar 5 do Arsenal e um mês antes de ganhar 3 do Benfica.


«(…) o autoproclamado maior candidato ao título deste ano (…)»


Miguel Sousa Tavares, 16 de Dezembro de 2009. Referindo-se, surpreendentemente, ao Benfica.


«Na sequência das negociações encetadas, a Futebol Clube do Porto — Futebol, SAD vem comunicar (…) ter finalmente chegado a um princípio de acordo com o Cruzeiro Esporte Clube, para a aquisição dos direitos de inscrição desportiva do jogador Kleber.»


Comunicado oficial do Porto, 29 de Janeiro de 2010.


«Hulk (…) não sabe jogar de costas para a área (…). Além disso, parece ter entendido mal os recados do treinador e o mais que dele se viu foi que se entreteve a adornar as jogadas, a tentar 'quaresmices' e a simular faltas.»


Rui Moreira, 25 de Setembro de 2009. Cerca de três meses antes de Hulk passar a ser o melhor jogador do mundo, depois de galardoado com a expulsão na Luz.


«Gostei de ver Hulk sentado no banco. (…) talvez lhe devessem ter explicado que fora preterido por causa dos seus tiques e individualismo, das suas inócuas simulações. Talvez assim tivesse optado por uma outra atitude, logo que surgisse a oportunidade de jogar. Em vez disso, e como tem sido costume, Hulk foi de pequena utilidade quando entrou.»


Rui Moreira, 27 de Novembro de 2009. 23 dias antes de Hulk passar a ser absolutamente indispensável e decisivo na equipa do Porto.


«Uma desilusão. (…) Desconcentrado, desconsolado, conflituoso.»


«(…) esperava-se (…) que criasse embaraços à defesa benfiquista.»


«(…) a inspiração jamais foi a desejada, sendo que, aqui e ali, até abusou do individualismo.»


A Bola, O Jogo e Record, respectivamente, apreciam a prestação de Hulk no dia em que foi castigado e passou a ser uma espécie de mistura entre Ronaldo e Messi, mas para melhor. 21 de Dezembro de 2010.


«Sempre achei e sempre o disse que, em minha opinião, as equipas verdadeiramente vencedoras não perdem tempo a discutir árbitros nem a queixar-se de arbitragens.»


Miguel Sousa Tavares, 3 de Novembro de 2009.


« (…) atentem no golo que todos concordam ter sido mal anulado ao FC Porto (…)»


Miguel Sousa Tavares, 3 de Novembro de 2009.


«O que valeu ao Benfica em Olhão foi (…) um fiscal de linha desatento à posição de Nuno Gomes no golo do empate e um árbitro atento ao facto de domingo haver um Benfica-Porto, quando se encaminhou para Cardozo, depois de expulsar Djalmir, e pelo caminho mudou o vermelho a Cardozo para amarelo.»


Miguel Sousa Tavares, 15 de Dezembro de 2009.


«(…) antes haviam sido anulados dois golos ao FC Porto, um dos quais duvidoso e o outro claramente mal anulado (…); havia sido validado o primeiro golo do Leiria, também em posição duvidosa, mas com diferente critério de apreciação».


Miguel Sousa Tavares, 19 de Janeiro de 2010.


«Façam o choradinho que quiserem, esta é a minha opinião: futebol assim, com (…) árbitros que protegem o anti-jogo e os sarrafeiros, não vale a pena esperar por público nas bancadas.»


Miguel Sousa Tavares, 16 de Fevereiro de 2010.


«Segundo 'A Bola', o Benfica ganhou no Funchal 'à campeão'. (…) sinceramente, não sei se o teria conseguido sem o que me pareceram dois erros de arbitragem em dois minutos (…).»


Miguel Sousa Tavares, 16 de Março de 2010.


«(…) já lá vão quatro golos limpinhos anulados ao Falcão.»


Miguel Sousa Tavares, 16 de Março de 2010.


P.S. Mesmo correndo o risco de, em termos humorísticos, não conseguir fazer melhor do que os intervenientes anteriores, gostaria de acrescentar o seguinte: ao que parece, Jesualdo Ferreira obteve grandes vitórias no Porto, foi importantíssimo na história do clube, mas este ano demonstrou que o seu tempo no Dragão chegou ao fim. Já Pinto da Costa obteve grandes vitórias no Porto, foi importantíssimo na história do clube, e este ano demonstrou que o seu tempo no Dragão ainda agora está a começar. O anúncio da sua recandidatura à presidência deve, por isso, ser saudado com entusiasmo. Por um lado, permite-lhe acabar de cumprir o castigo de dois anos de suspensão por tentativa de corrupção, que seria uma pena não levar até ao fim na posse das funções nas quais foi castigado; por outro, é evidente que o máximo responsável por ter apetrechado o plantel do Porto com Prediger, Guarín, Tomás Costa ou Valeri, e o plantel do Braga com Luís Aguiar, Alan e Renteria, é o portista mais bem colocado para liderar o clube nos próximos anos. Além disso, o Porto ainda pode fazer história nesta época: a manter o terceiro lugar, é a primeira vez que um tetracampeão acaba o campeonato atrás do Braga. A boa gestão dá muitas alegrias.


Por Ricardo Araújo Pereira, edição 24 de Abril 2010 - Jornal "A Bola"

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Como será o mundo em 2015

A edição online do jornal Expresso publicou ontém uma rubrica dedicada às previsões. Nela, seis individualidades especialistas nas suas áreas, divulgam como será Portugal no ano de 2015:
Dessas previsões, o AR&AR destaca duas 'previsões':

Portugal já enfrentou duas vezes uma situação semelhante à actual, em 1977 e em 1983. Em ambos os casos, o FMI resolveu o desequilíbrio em menos tempo que o que nos separa de 2015. (...) Primeiro, éramos um país pobre. Segundo, éramos um país vulnerável, com uma frágil moeda própria. (...) O nosso drama actual, aquilo que paralisou o cenário de 2005 a 2010, é que somos um país rico e seguro. De facto, a questão central, que decidirá qual dos dois cenários existirá em 2015, não é produtiva, não é financeira, não é sequer económica. (...) é político-social. Grupos instalados conseguem, através do Orçamento de Estado, sugar muito mais do que contribuem para o país. Isso bloqueia as contas públicas, endivida o país, estrangula os contribuintes. (João César das Neves - Docente da Universidade Católica).

Nos próximos cinco anos, desenvolvimentos em emissorese receptores de radiofrequência vão permitir a localização de qualquerobjecto etiquetado. Em 2015, será difícil perder os óculos ou as chaves. Todos os objectos poderão ser georreferenciados. O nosso telemóvel terá um GPS com mapas para os espaços exteriores e um localizador com plantas de edifícios para os espaços interiores. (António Câmara - Presidente da YDreams)

Portanto, em 2015 viveremos falidos e estrangulados, mas será difícil perder os óculos ou as chaves.

terça-feira, 20 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Quem não tem 'Saviola' ...


... ''caça'' com Weldon, David Luiz, Di Maria ...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Educação - O preço a pagar

"Se pensam que a educação é cara, experimentem a ignorância."

A frase, que cita um antigo presidente da Universidade de Harvard, abre um documento onde a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) pede a intervenção da ministra da Educação relativamente às reduções nas deduções fiscais previstas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que poderão vir a afectar cerca de 60 por cento das famílias que têm filhos no ensino público. Público, 14/04/2010

Cabeçudos

Foi Carvalhal o primeiro técnico adversário que veio à Luz neste campeonato. Foi o único até agora a não perder um jogo na Luz para o campeonato. Na altura à frente do Marítimo Carvalhal ofereceu um festival de anti-futebol e veio bem disposto na conferência de imprensa falar de justiça. Hoje não falou porque o seu clube não deixou. O seu actual clube que também não o apresentou à imprensa. Hoje perdeu. Mas as ideias estavam lá.
O Sporting caiu (ainda mais) no profundo ridículo de vir à Catedral com uma desvantagem de 23 pontos e em todas as paragens de bola fez questão de perder tempo como se um empate lhes servisse para alguma coisa, como se sair da Luz com os mesmos 23 pontos servissem para alguma coisa.

O Sporting neste momento joga tanto como a Naval ou o Paços de Ferreira na Luz. Entra com a mesma motivação e apresenta os mesmos argumentos. Neste campeonato apenas três equipas tentaram usar o truquezinho manhoso de na escolha de campo obrigarem o Benfica a atacar ao contrário do que é hábito começando a primeira parte a atacar para o Topo Sul. Apenas três clubezecos tentaram esse truque psicológico. Adivinharam: Naval, Paços de Ferreira e ... Sporting.

Claro que não lhes serviu de nada. Se na primeira parte voltaram a usar a táctica da primeira volta quando no WC estavam a 11 pontos e ficaram todos contentes com um zero a zero, já na segunda parte o Jorge Jesus não foi mais nessa lenga lenga de lagartos.
Era preciso desprender a equipa das marcações lagartas e do pressing que os verdes usavam para desfazer o nosso jogo logo no começo. Nós queríamos ganhar e por isso depois de uma 1ª parte na expectativa veio uma segunda parte de arromba. Uma 2ª parte à Benfica de JJ!

Aimar entrou e veio pôr em sentido aquela triste defesa lagarta. O Benfica teve mais bola, atacou mais, empurrou o Sporting e foi crescendo naturalmente até Cardozo (mesmo lesionado) abrir o marcador, acabar com aquele triste resistência verde e isolar-se na lista de melhores marcadores.
Estava feito o mais complicado. Estava aberto o caminho para a vitória no jogo em que todos os anti-benfiquistas depositavam todas as esperanças da época. Tenho pena de vocês, antis, chegarem ao ponto de dependerem dos miseráveis lagartos para terem um pouco de felicidade é triste.

Claro que o Sporting não reagiu, nem respondeu ao nosso golo. Limitaram-se a correr atrás da bola e a levar mais um banho de bola igual aquele que tinham levado há poucos meses no WC.

E depois assistiram a um golo de grande classe do "10" Pablito que passou por Patrício e atirou lá para dentro sem dó nem piedade de um lagartito que corria desesperado e acabou também por aterrar nas redes da sua baliza.
A magia estava lançada, os lagartos passaram para 26 pontos de diferença e ficaram ali a ver o líder jogar à bola até ao fim.
Se queriam fazer uma gracinha tinham pedido o número do Sabry que ele ensinava-vos como era. Para fazerem esta figura mais valia terem estado calados antes do jogo.

Mais uma vez vieram jogar uma partida decisiva na Luz, mais uma vez perderam, mais uma vez cabeçudos!
Provavelmente até ao fim nenhuma vitória me vai dar mais gozo do que esta, serão diferentes.
Ah, parece que querem falar da arbitragem.
Claro, os calimeros não podiam sair da Luz sem fazer a figura preferida de calimeros. Olhem, cabeçudos, falem-me do penalti que ficou por marcar contra vocês, das entradas do Veloso e do Carriço e depois eu falo do nosso enorme Capitão Luisão.

Parece-me que agora já não vai haver mais conversas de cansaços, nem de preocupações com o Saviola e o Luisão e o Weldon. Nós temos um grande plantel, nós confiamos nos nossos homens, nós jogamos o melhor futebol que Portugal viu nos últimos anos. Nós estamos muito perto do 32º título.
Faltam mais 4 jogos.
Nunca mais é domingo...
In REDPASS.BLOGSPOT.com

A Lei do Mais Forte


terça-feira, 13 de abril de 2010

O que Moutinho disse!!!

João Moutinho jogou pouco. Liedson também. Miguel Veloso idem.

Procura-se uma boa exibição dos melhores jogadores do Sporting, no «derby», e não se encontra.

Com um colectivo frágil, o Sporting precisava dos seus valores mais fortes em pleno.

Nada disso se viu na Luz.

Pior do que perder de forma evidente foi, na minha opinião, ouvir João Moutinho encontrar desculpas sem sentido para a derrota.

O capitão do Sporting até tem razão no lance de Luisão sobre Liedson, mas ficou claro que para João Moutinho a coisa só se equilibraria se o Benfica ficasse com menos um.

Se calhar até é verdade. O que diz muito sobre o que vale actualmente a equipa leonina.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Os Incuráveis - Portugal tem o vicío da dor

Conheço várias pessoas que sofrem de delírios de grandeza, isto é: julgam-se criadores de obras grandiosas (que nunca ninguém viu) e agem e falam como se assim fosse. Não me refiro só nem principalmente a políticos. Esse delírio leva-as a considerarem-se mal tratadas, vítimas de invejas ou do obscurantismo circundante, e a sentirem que o país está em dívida para com elas. Conheço pessoas que se sabem obsessivas, ou compulsivas, ou ambas as coisas, e não se querem tratar. A psicanalista brasileira Marci Dória Passos assinala (na introdução do excelente ensaio "A dor que emudece - Travessia clínica de Louis Althusser", que infelizmente ainda não tem edição portuguesa) que "Freud observou que as queixas do paciente não correspondiam, necessariamente, ao desejo de cura. O apego a determinados sintomas evidenciou um gozo, sem sempre admitido, na manutenção daquilo que produz dor".

Portugal tem o vício da dor. Quem venha de fora não compreende porquê: a beleza da paisagem, a amenidade do clima, a segurança relativa (ou absoluta, se o turista vier de Espanha ou do Brasil, por exemplo), a qualidade da gastronomia, a variedade dos lazeres, tornam estranho este apego à mágoa. Não se trata de tristeza, mas de um sentimento de injustiça, um eco, eternamente abafado, de revolta: ninguém nos compreende, ninguém nos dá valor, ninguém nos ama.

E nós, o que amamos? De que modo manifestamos esse amor? O que fazemos para que nos amem? A resposta habitual é que o amor não tem motivo nem justiça, as coisas são como são. Ou, pior ainda: que para se ser amado é necessário não amar - pelo menos é necessário não manifestar esse amor. Crescemos a ouvir isso - as meninas, por umas razões, os rapazes por outras. Todas igualmente tontas - razões de fachada, jogos de aparência que nos ensinam a jogar à defesa, pressupondo e antecipando os ataques. Esse método de educação criou um povo desconfiado - ou seja, desprovido de esperança, nos outros e em si mesmo. E supersticioso, e fatalista. Não há momento de felicidade que não nos surja ensombrado pela desgraça futura: é bom demais para ser verdade, meditamos. Essa meditação contribui para a ruína. Evitamos manifestar-nos felizes para não despertar os monstros da inveja, que são muitos e têm o sono leve: cá se vai andando, dizemos, e é o máximo que aprendemos a dizer. No dia-a-dia, este modo de ser transforma-se em agastamento e má-vontade - nas repartições públicas, nas lojas, nas filas de trânsito, em todos os lugares de interacção social. O sorriso é uma dádiva rara - não vá o outro tomar-nos por parvos, ou esticar-se no que quer de nós.

Por isso, quando li na passada semana o resumo do estudo que revela que um quinto dos portugueses sofre de perturbações psiquiátricas, só estranhei a percentagem não ser maior. Não espanta que os mais afectados sejam "as mulheres, os jovens e as pessoas sós". Perdoa-se a redundância: as mulheres, em Portugal, são em geral - mesmo ou sobretudo as casadas - "pessoas sós". Sós também pela cultura de rivalidade feminina, acirrada, em termos laborais, artísticos ou políticos, pelo império federativo - ainda fortíssimo - dos homens, que protegem o seu território e asseguram (os números mostram-no) que elas nunca atinjam o protagonismo ou os proventos deles. Os jovens vivem hoje em Portugal sem horizonte visível, a não ser o da fama imediata e frustrante dos concursos televisivos.

Sabíamos já que somos líderes no consumo de antidepressivos. Agora ficámos a saber que estamos no topo europeu da doença mental, com números que se aproximam dos Estados Unidos, "o país com maior prevalência de perturbações psiquiátricas do mundo", segundo afirmou o coordenador nacional de Saúde Mental. É normal que um país onde a pena de morte existe, a posse de armas é livre, a segurança social é quase inexistente (até há dias, mesmo inexistente), os ataques terroristas uma ameaça permanente e as mortes em guerra um dado constante, tenha pouca saúde mental. Pergunto-me todavia se estas estatísticas abarcam o Afeganistão, o Irão, a China ou mesmo Angola. À partida não parecem lugares favoráveis à sanidade.

O estudo demonstra que a maioria das pessoas com doença mental não está a ser acompanhada por especialistas. Há um preconceito enorme em relação à psiquiatria - preconceito esse que é, por si mesmo, um sintoma nacional de doença. Talvez fosse útil criar uma campanha explicando que ir a um psiquiatra não é ser doido - antes pelo contrário. Os que se riem estrepitosamente da terapia psiquiátrica deviam começar por atender às suas próprias lágrimas. E chorá-las, em vez de as disfarçar. Seria um começo.

Texto publicado na edição da Única de 2 de Abril de 2010 - Inês Pedrosa

quarta-feira, 7 de abril de 2010

terça-feira, 6 de abril de 2010

Alma de Campeão


Capa do Jornal ''A Bola'' de 6 de Abril de 2010'' (depois de Naval 2-4 Benfica)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sacrifício

Sacrificarmo-nos é prescindirmos de um bem imediato a favor de um bem futuro - e, supostamente, maior. Os pais sacrificam-se pelo futuro dos filhos - mas de que lhes vale o sacrifício, quando, por mais renúncias, privações esacrifícios que se façam, o horizonte desse futuro é cada vez mais nebuloso?

Não vivi época alguma em que não se exigissem sacrifícios aos portugueses. Antes da democracia, nem se lhes exigiam: impunham-se-lhes. Como lembrava - e bem - Isabel do Carmo no "Notícias Magazine" do passado domingo, "até aos anos sessenta morria-se de fome. Os médicos não estavam muito à vontade e mesmo assim temos os atestados de óbito que identificam a fome como a causa da morte". Convém recordar estes factos aos mais novos ou aos privilegiados de sempre (os mesmos, antes e depois), porque com o desvario da nova crise as pessoas dão em romancear a ditadura salazarista, como se não fosse ela a causa profunda da miséria física e moral a que nos habituámos.

Mas há limites para os sacrifícios que se podem pedir à população. Sobretudo, não pode pedir-se ao povo que aperte os furos do cinto que já não tem, enquanto as elites nadam num mar de ostentação que é já mais do que acintoso - é uma provocação. Entre 1983 e 85, os governos do Bloco Central chegaram a cortar o 13º mês - e os portugueses acataram o sacrifício, entendendo que seria para o bem comum. Mas agora essa ilusão está perdida: o PEC - que o Expresso rebaptizou com exactidão como 'Plano de Emagrecimento do Contribuinte', e que também pode significar 'Plano de Empobrecimento da Canalha' - é um atentado aos direitos dos cidadãos. Porquê? Porque esfola os já esfolados - a classe média, que nos últimos anos tem decaído perigosamente para as franjas da pobreza. As grandes fortunas continuarão imunes e impantes: nunca estão em nome dos seus donos, vicejam em offshores, não são declaradas. Será difícil apanhá-las? Não me parece: é fazer as contas aos bólides, mansões, jóias, barcos e outras luxarices, e ir atrás das declarações fiscais dos seus usufrutuários. Antes disso, há coisas simples: a primeira e mais importante é dar um sinal de autêntica austeridade a partir de cima. Cortar prémios de má gestão (a boa só por acaso ou arrasto é premiada) não chega: é preciso reduzir os salários dos gestores públicos. Se a presidente-executiva da EDP Renováveis tem um salário bruto de 348 mil euros ano (praticamente 25 mil euros por mês), como é que querem que o povo aceite de bom grado um aumento na conta da luz? E este é apenas um exemplo entre muitas dezenas de salários escandalosamente incompatíveis com a crise.

Por outro lado, não são os deputados os representantes dos seus eleitores? Então porque é que os ditos eleitores voam por essa Europa (os que podem, claro), em classe turística, e os bilhetinhos de avião dos nossos representantes, mesmo para viagens de duas ou três horas, têm de ser de executiva? Dizem-me alguns que 'a dignidade do cargo' assim o exige. Confesso que tenho a maior dificuldade em perceber o que seja isso da 'dignidade do cargo'. Dignidade têm, ou devem ter, as pessoas. Todas. Acresce que os representantes do povo devem misturar-se com ele, para poderem representá-lo em consonância. Os poetas e escritores, quando convidados por instituições públicas portuguesas a representar o país em conferências ou festivais internacionais, viajam sempre em turística. Explicar-me-ão que dignidade superior possuem os nossos deputados, em relação aos escritores?

Só o exemplo resulta, quando se pretende educar ou moralizar. Isto é válido para as crianças como para as nações. Dois terços dos trabalhadores por conta de outrem recebem menos de 900 euros líquidos por mês. Pergunto: como se pode retirar ainda mais a quem já tão pouco tem? Os dados do Instituto Nacional de Estatística mostram também que há cada vez mais gente a trabalhar mais horas - quase um milhão de pessoas trabalham mais de 41 horas semanais e mais de 330 mil têm dois empregos, para conseguirem sobreviver. É assim que se incentiva o emprego, a esperança, a qualidade de vida - e a sempre tão oficiosamente desejada natalidade?

De politiquice em politiquice, estamos a viver de duodécimos - a Primavera já chegou e o Orçamento do Estado, assim como o orçamento da Câmara Municipal de Lisboa, continuam parados. Na prática, isto significa pagamentos congelados e as pequenas empresas sufocadas, à beira da falência, porque já pagaram os impostos de facturas que não conseguem receber. Arre. Basta. Algo tem que mudar, e depressa.

Inês Pedrosa
Texto publicado na edição do Expresso de 27 de Março de 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2010