terça-feira, 24 de agosto de 2010

Chile rejubila com o 'milagre' dos 33 mineiros soterrados vivos

O sentimento, ontem no Chile, era de alívio e de júbilo perante o que todos denominavam de "milagre". Pela primeira vez, foi estabelecido contacto com os 33 homens que, há 17 dias, se encontram a 700 metros de profundidade numa mina de cobre e ouro. Os socorristas, que ontem esperavam poder enviar as primeiras cápsulas alimentícias, alertaram, porém, que poderá ser necessário esperar de três a quatro meses para conseguir trazer o grupo à superfície.

Andres Sougarret, o engenheiro que está a coordenar os trabalhos, contou como foram necessárias seis horas para perfurar um canal de apenas oito centímetros de diâmetro através do qual foi possível introduzir uma câmara microscópica, mas que possibilitou aos socorristas e às famílias dos 33 mineiros - 32 chilenos e um boliviano - soterrados ver os seus rostos e uma folha de papel onde fora escrita a frase: "Estamos todos bem, os 33 no refúgio." Agora, avança Sougarret, "vai ser possível fazer entrar uma sonda para comunicar e alimentar" o grupo.

Ao fim do dia de ontem, porém, ainda não tinha sido possível fazer chegar água, soro com glicose ou mesmo medicamentos ao grupo que se encontra no interior da mina de São José, situada a 800 km a norte de Santiago.

Laurence Golborne, ministro das Minas, fez um apelo à paciência, uma vez que a operação de salvamento deverá durar "três a quatro meses. Há talvez meios tecnológicos mais rápidos, mas isso irá depender também da situação em que estão os mineiros". De qualquer modo, sublinhou o ministro, "não se pode falar de uma operação inferior a dois ou três meses".

Pedro Ramirez, um outro engenheiro que participa nas operações de socorro, explica que terá de ser perfurado uma espécie de canal com 66 centímetros de diâmetro, através do qual os mineiros "serão puchados um a um, com a ajuda de uma corda".

"Coragem, o Chile inteiro está convosco", foi a mensagem do Presidente Sebastián Piñera aos soterrados, um dos quais - Mario Gomez, de 63 anos, garantiu: "Vamos conseguir sair daqui com a ajuda de Deus, mesmo que tenhamos de esperar meses."

Ontem, a atenção de todos estava voltada para o estado físico e psicológico dos mineiros que vivem soterrados há três semanas. Os técnicos de saúde presentes no local não escondiam a preocupação perante uma eventual recusa de líquidos por parte do organismo dos mineiros, em jejum forçado há três semanas.


domingo, 15 de agosto de 2010

Arranca hoje! Carrega Benfica...

Frase do dia...

"Torço pelo Sporting. Nós temos dois clubes: o nosso, que não muda, e o clube onde estão os nossos amigos."

Pinto da Costa em entrevista ao Expresso.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Portugal é fogo que arde sem se prever

No nosso país, aquela máxima sobre a plena realização pessoal foi ligeiramente adaptada. Aqui, ao que parece, só tem uma vida verdadeiramente completa o cidadão que tiver um filho, escrever um livro e queimar uma árvore

É todos os anos a mesma coisa: chega o verão e começam os incêndios, os jornalistas fazem reportagens em direto à frente das chamas, os bombeiros queixam-se da falta de meios, os comentadores perguntam como é possível que ninguém se tenha lembrado de limpar as florestas e há sempre um parvo que assinala que é todos os anos a mesma coisa. Cada um tem a sua função nesta farsa - e a minha, pelos vistos, é esta.

O aspeto mais intrigante dos incêndios de verão é a aparente surpresa com que acolhemos um fenómeno que é recorrente e pontual. Não há nada mais previsível do que os fogos em agosto, e no entanto continuam a abrir telejornais. Todos os anos Portugal escorrega na mesma casca de banana, e é sempre notícia. Trata-se de uma tradição que sobressalta.

Toda a gente está preparada para a Volta a Portugal em Bicicleta, mas ninguém espera a Volta a Portugal em Carro de Bombeiros, que decorre todos os verões exatamente na mesma altura. Imagino que, nas redações, os jornalistas tenham uma minuta com o modelo da reportagem e as questões que é preciso colocar a populares, bombeiros e ao ministro da Administração Interna. No final de julho, tiram a minuta da gaveta e dirigem-se para onde houver labaredas. O espetador tem a sensação de estar a ver sempre o mesmo jornalista, o mesmo bombeiro, e o mesmo ministro da Administração Interna. Não são reportagens, é uma peça de teatro. E está em cartaz há mais tempo que Te Mostrar em Londres.

JORNALISTA: Estamos aqui em [colocar nome da localidade], onde um violento incêndio está a consumir a floresta e começa a ameaçar algumas casas. Comigo tenho o comandante [nome do bombeiro]. Sr. comandante, qual é o ponto da situação?

BOMBEIRO: Olhe, com os meios que temos estamos a fazer o melhor possível. O batalhão é pequeno e, além disso, precisávamos de mais dois camiões cisterna e dava-nos jeito um helicóptero.

JORNALISTA: Aproveito então para falar com o ministro da tutela, que também tenho junto a mim. Sr. ministro, o que é que está a ser feito para prevenir este desastre?

MINISTRO: Disse desastre? Costuma ser flagelo.

JORNALISTA: Tem razão. Desastre é para as cheias. Peço desculpa. O que é que está a ser feito para prevenir este flagelo?

MINISTRO: Estamos a trabalhar no sentido de criar condições que permitam promover um esforço muito sério com vista a desenvolver mecanismos que conduzam ao reforço das infraestruturas. E recordo que a área ardida este ano é menor que a do ano passado.

JORNALISTA: Obrigado, sr. ministro. Adeus e até para o ano no mesmo sítio e à mesma hora.

E depois cai o pano. Os atores recolhem aos bastidores e a plateia boceja. O incêndio continua a queimar tudo, incluindo o papel onde os responsáveis apontaram que, para o ano, é mesmo necessário limpar as matas. Os únicos metros quadrados que não ardem são aqueles em que as estações de televisão montam o tripé para o jornalista entrevistar os bombeiros e o ministro. O resto costuma desaparecer, até porque Portugal parece ser um país que tem mais pirómanos por metro quadrado do que árvores. A vida também está difícil para eles. A quantidade de pirómanos residentes em território nacional sugere que, no nosso país, aquela máxima sobre a plena realização pessoal foi ligeiramente adaptada. Aqui, ao que parece, só tem uma vida verdadeiramente completa o cidadão que tiver um filho, escrever um livro e queimar uma árvore.
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Ricardo Araújo Pereira - Quinta feira, 12 de Ago de 2010 - Opinião - Visão

domingo, 8 de agosto de 2010

Alarme acaba com discussões sobre o tampo da sanita

O drama das discussões por causa do tampo da sanita já aqui foi motivo de conversa noutro post . Nós ficamos irritadas, vocês nunca hão de perceber porquê. Agora, cinco meses depois, tenho prazer de anunciar que a solução para este problema já está à venda nas lojas AKI: Chama-se "Pis Alarm " e promete terminar com as eternas guerras matrimoniais na casa-de-banho.

A ideia da Simple Creations - que se assume como uma empresa dedicada ao "desenvolvimento de produtos a para a paz no lar" - é, como se esperava, simples. Trata-se um pequeno dispositivo que se cola na parte de baixo do tampo da sanita. Quando o seu mecanismo interno deteta que está na vertical durante demasiado tempo, começa a tocar, lembrando os respetivos senhores que depois de fazer chichi convém baixar o raio do tampo.

E porque é de pequenino que se troce o pepino, o "Pis Alarm" está disponível também para homens de palmo e meio, com música infantil. O único senão é que ambas as músicas do alarme até são agradáveis... Esperemos que os homens fechem mesmo o tampo em vez de começarem a dançar pela casa fora.
Fonte: Paula Cosme Pinto in www.expresso.pt

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Vício de Vitória

Capa da Edição do jornal ''A Bola'' (02.08.10)