O troféu é fruto de uma votação interna dos jornalistas do diário "ABC Color", considerado o principal matutino daquele país sul-americano. Cardozo arrecadou 198 votos, superando Salvador Cabañas (188), do América do México, e Guillermo Beltrán (105), do Nacional. Na galeria de vencedores figura o ex-benfiquista Carlos Gamarra, distinguido com o prémio em 1997 e 1998.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Melhor do ano no Paraguai é... Cardozo
O troféu é fruto de uma votação interna dos jornalistas do diário "ABC Color", considerado o principal matutino daquele país sul-americano. Cardozo arrecadou 198 votos, superando Salvador Cabañas (188), do América do México, e Guillermo Beltrán (105), do Nacional. Na galeria de vencedores figura o ex-benfiquista Carlos Gamarra, distinguido com o prémio em 1997 e 1998.
sábado, 26 de dezembro de 2009
Sim, mas quando é que o Benfica terá um verdadeiro teste?
E foi assim que chegámos ao clássico do último domingo. O terceiro classificado da época passada, aliás bastante desfalcado, jogava contra o tetracampeão na máxima força. Finalmente, um verdadeiro teste. Os jogos anteriores, as goleadas, as boas exibições não tinham valor. Agora, sem vários titulares, é que estavam reunidas condições apropriadas para se ver que Benfica era este. E, na minha modesta opinião, viu-se. O jogo era tão fácil para o Porto que Jesualdo Ferreira tinha dito que o empate era um mau resultado. Por isso, apresentou-se na Luz claramente para ganhar, com um meio campo bem ofensivo, que incluía criativos tão fantasistas como um Guarín, um Meireles e um Fernando. Para mim, foi um déja vu. Estava no Estádio da Luz antigo quando Jesualdo Ferreira entrou em campo com os trincos Petit e Andrade para jogar contra o Gondomar. Desta vez, deve ter pensado que o Benfica estava ainda mais fraco que os gondomarenses, de modo que resolveu acrescentar mais um trinco ao jogo, não fosse o diabo tecê-las.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
sábado, 19 de dezembro de 2009
Espero que o pai de Lucílio não precise de aconselhamento matrimonial
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Metallica em Portugal 2010
Os Metallica actuam em Portugal em 2010.
O concerto está marcado para 18 de Maio, no Pavilhão Atlântico , em Lisboa.
Todos às compras
Por Ana Henriques
Cortar nos gastos por causa da crise? Nem sempre. "Lá em casa não se faz muito isso, Natal é Natal. Talvez noutras épocas do ano..." Rita Mendes, de 19 anos, ainda não fixou o nome da escola do Lumiar, em Lisboa, onde começou este ano lectivo a frequentar o curso de Ciências Aeronáuticas. Mas na ponta da língua tem os nomes dos modelos das malas da Louis Vuitton que ela e a mãe hão-de receber este Natal, a mil e dois mil euros o exemplar, para depois emprestar uma à outra. O irmão não fica a perder: "Entre os jogos para a Playstation e um computador portátil novo leva sempre muitos presentes, para compensar as malas."
Até agora, a estudante gastou 500 euros em ofertas para os amigos: essencialmente perfumes e acessórios, como um cinto. "E ainda estou a meio das compras", diz. "É um bocadinho de dinheiro de mais..." O grande armário lá de casa repleto de modelos menos recentes da Vuitton e de outras marcas conceituadas não a demove: são mesmo duas malas com o monograma de luxo que hão-de aparecer no sapatinho. E das genuínas, que fazem corar de vergonha as suas primas falsificadas.
Estima-se que este ano cada português vá desembolsar, em média, 390 euros com prendas de Natal. Muito menos do que Rita gastará. Muito mais do que o que Fátima Silva, 64 anos, conta gastar. Hoje não são malas que esta vendedora ambulante leva consigo. Enfiadas dentro de um saco de plástico negro como as roupas que traz vestidas da cabeça aos pés, as camisolas que acabou de comprar aos chineses do Martim Moniz para revender nas ruas de Queluz não fazem vista nenhuma. As cores fora de moda também não ajudam, mas por seis ou sete euros a peça não se pode pedir mais.
Talvez num embrulho bonito consigam brilhar na noite de Natal. Ou talvez vão parar ao fundo do armário de uma qualquer adolescente cuja tia pensa que Stradivarius - nome de uma cadeia de lojas de pronto-a-vestir - é apenas a marca de um famoso violino. A Fátima tanto se lhe dá: quer é despachar a mercadoria antes que chegue a polícia, que, diz, não tem sido meiga com os vendedores ambulantes.
Este não é o seu Natal. O seu vai ser passado sem prendas. Os 30 euros do rendimento mínimo somados aos 150 da pensão que recebe por conta da morte do marido não esticam. "Se tivesse dinheiro, comprava uma prendinha a cada neto", diz. Depois percebe que está a sonhar alto de mais, com a quantidade de descendentes que deixa neste mundo teria de gastar uma fortuna em presentes. E emenda: "À minha neta de seis anos comprava-lhe umas botinhas. E aos rapazes, uns carrinhos." E segue para casa quase a correr.
Excessivo?
Por esta altura Rui Pinheira, de 29 anos, ainda não se decidiu sobre a prenda da namorada. O mostrador do Omega de 2350 euros que o crítico de arte apreciou na joalharia da Avenida da Liberdade parece-lhe excessivo. Ou será que agora se usa assim tão grande? "Vou ter que sondar a minha namorada", conclui. Depois decidirá se deve esperar pelo lançamento de um modelo de menores dimensões.
Já comprou os presentes quase todos, mas deixou os mais importantes para o fim: os dos pais. Que podem custar tanto como o Omega - ou não. Roupa não oferecerá de certeza: "As mulheres compram-na todos os dias..."
Por muito que os mais recentes inquéritos digam que os portugueses vão gastar menos em ofertas do que em 2008 - menos 15 euros, segundo o estudo Xmas Survey, da consultora Deloitte - há quem compre tanto como sempre. E quem garanta que a poupança começou há muitos natais. Que o diga Piedade Santos, 46 anos num rosto sem traços de maquilhagem a disfarçar a passagem dos anos. "Tenho muita pena, mas aos adultos é um beijinho, um abraço e pronto. Nem eles me dão nada a mim, nem eu lhes dou a eles", conta, enquanto percorre com a filha os corredores do novíssimo centro comercial Dolce Vita Tejo, nos subúrbios da Amadora.
À disciplina férrea combinada com a família há três anos para lidar com um salário de auxiliar de acção educativa de pouco mais de 500 euros só escapam as crianças da família - "tenta-se não falhar" - e a filha adolescente. Mesmo assim, impera o pragmatismo: "Se ela precisa de umas botas ou de um casaco, dizemos: "Olha, já é prenda de Natal." Perde-se um bocado a graça de abrir as prendas, mas pronto."
Os portugueses compram, em média, 15 prendas por Natal, a 30 euros cada uma. Paula Quintão, uma empregada bancária precocemente reformada, gastará acima da média. Não há grande volta a dar-lhe, por mais que aqui, junto ao Bairro Alto, até possa encontrar um ou outro gadget original sem se arruinar. Conta chegar à noite da consoada com 50 prendas para oferecer. "Quanto vou gastar ao todo? Seguramente uns mil euros, é um escândalo. Já houve anos em que terei gasto mais." Com a família? "Às vezes acho que até é com os amigos."
Segundo a Deloitte, quando é preciso cortar nas lembranças de Natal os colegas de trabalho são os primeiros a sofrer as consequências. Seguem-se os amigos. Deixar os mais pequenos sem brinquedos só em último caso. Isso mesmo diz Adriano Motica, um romeno desempregado de 21 anos: seja lá o que conseguir comprar, a prenda mais cara irá para a pequenita que passeia num carrinho de bebé na Baixa. No ano passado era diferente, tinha trabalho.
"Em 2008, quando estava em Espanha a montar tectos falsos, ganhava melhor do que aqui", constata por seu turno Adsergion Silva, oito anos dos 32 que leva de vida passados em Portugal, vindo de Minas Gerais. Das três ou quatro prendas obrigatórias que vai distribuir pelos mais chegados nenhuma deverá calhar à companheira. "Merecer ela merece. Mas não sei se o dinheiro vai chegar... Gostava de lhe dar um perfume."
Apesar de integrarem a lista das prendas mais requisitadas nesta altura, as fragrâncias não estão no topo. Em Portugal, tal como na maioria da Europa, os livros constituem a oferta mais popular, seguidos do vestuário e dos discos. Alexandra Pericão, com um cargo de chefia numa empresa de resíduos sólidos urbanos, recusa-se a comprá-los de empreitada. Essas e outras prendas, vai-as acumulando ao longo do ano, com tempo, para depois distribuir no Natal: "Consigo preços melhores e coisas que agradam mais às pessoas."
Prendas para os vizinhos
Escolhe criteriosamente cada objecto, ao todo não mais de uma dezena, entre família e amigos: "Isto não é uma coisa banal relacionada com o consumismo." Também não é só por questões de poupança que Ana Teixeira, uma estudante de Belas-Artes de 22 anos, tenciona fabricar parte das prendas que quer dar - um cachecol, uma bolsa, um quadro... "Gosto mais do resultado final", explica, enquanto dá uma vista de olhos aos gadgets da loja do Bairro Alto.
Doze por cento dos portugueses não comprarão prendas para si próprios, ao contrário do que haviam feito no ano passado. Não é o que se passa com o casal Lima. "Esta é cá para os bebés", dizem, satisfeitos, a apontar para si e para o enorme televisor que mal lhes cabe no carrinho de compras que empurram no Dolce Vita Tejo. Por 650 euros, o casal de reformados comprou mais um entretém para os dias de chuva, que se vai juntar às várias outras televisões que já tem em casa, em Porto Salvo. "Os gastos vão ser os mesmos do ano passado", referem: do pouco ao muito, dependendo "de como cada pessoa se portou ao longo do ano". Os vizinhos de mais idade não serão esquecidos nesta espécie de ajuste de contas. Afinal, são eles quem vemos no dia-a-dia, às vezes mais do que à família. E toda a gente gosta de um miminho.
Eduardo Lemos também se vai lembrar da vizinhança quando trouxer da terra, Tondela, várias caixas de dióspiros e uns garrafõezinhos de branco e de tinto, tudo produção própria. Da Brandoa, onde mora, o viúvo levará bacalhau, lençóis e cobertores, para oferecer a uns primos na província. Quando era gerente de casas de prestígio da capital, como o café Colombo, convivia com outras gentes: "As pessoas do jet-set, a Cinha, a Maria Barroso..." Não é que agora, que já não precisa de se barbear todos os dias, viva mal, mas os euros já estão todos destinados: para um dos três netos, uma adolescente que anda num coro em Algés, tem de ser uma guitarra portuguesa, e tanto ela como os outros hão-de receber roupa. A rapariga tem de andar bem posta, que já arranjou namoro, como contou ao avô em segredo. "Vou gastar alguns 400 euros..."
Por cá ainda não pegou a moda adoptada por espanhóis, italianos, romenos e eslovacos de fazer as compras depois do 25 de Dezembro, para aproveitar os saldos. A tendência é oferecer coisas úteis. O conceito de utilidade é que varia muito, consoante quem o aplica. Para o crítico de arte, o relógio caro insere-se nessa categoria. Outros acham que nada como uns trapos para fazer alguém feliz, nem que seja nos breves segundos que o papel colorido demora a desembaraçar-se dos laçarotes. O Natal chegou para todos, mesmo para os que acreditam que a crise está para durar.
Quatro anos de pena suspensa para condutora de ligeiro
Quatro anos e quatro meses de prisão suspensa por igual período foi a pena aplicada pelo colectivo de juízes à condutora do veículo ligeiro de passageiros que esteve envolvido no acidente da 23, em Vila Velha de Ródão, ocorrido há dois anos.
Carina Rodrigo foi condenada por 17 crimes de homicídio por negligência (5 meses por cada morte) e por dois crimes de ofensa à integridade física agravada (2 meses por cada) e por dois de ofensas à integridade física voluntária (três meses cada).
Fernando Serra, o motorista do autocarro que também foi interveniente do acidente, estava acusado dos mesmos crimes, mas tribunal considerou que “nada ficou provado” relativamente a este arguido.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Um histórico, convincente e esmagador empate
Bom, cada um esbanja euforia no que pode. E gostos não se discutem: quem gosta de goleadas, vibra com goleadas; quem gosta de empates, deleita-se com empates. Como sabemos todos, desde os encontros do ano passado com Barcelona e Bayern de Munique os sportinguistas ficaram com a capacidade de apreciar goleadas ligeiramente abalada. Mas os empates mantiveram, para eles, o encanto que indiscutivelmente têm. Ainda no início desta época os vimos celebrar um empate contra o Twente. É importante não esquecer que a última grande vitória histórica do Sporting foi uma derrota em casa do AZ Alkmaar. Recordemos, por fim, que estamos a falar de um clube que chama herói ao lateral direito do Olhanense. À luz destes factos, creio que a alegria sportinguista é mais fácil de compreender.
Por Ricardo Araújo Pereira, edição 05 de Dezembro 2009 - Jornal "A Bola"
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Muse no Pavilhão Atlântico
A componente visual dos espectáculos do trio de Teignmouth, à qual sempre foi dada a devida atenção, está mais aguçada que nunca, com as teorias da conspiração de que o líder Matthew Bellamy tanto gosta a reflectirem-se nela. Feixes de laser e um esquema de luzes que deixa qualquer um como um burro a olhar para um palácio, ajudam a construir um ambiente perfeito de tensão extasiante. "Resistance" (segundo tema da noite e também o segundo tema do novo álbum) mantém o público em alta, com o seu ritmo cavalgante e teclados mágicos.
Alinhamento:
"Uprising"
"Resistance"
"New Born"
"Map of the Problematique"
"Supermassive Black Hole"
"MK Ultra" "Hysteria"
"United States of Eurasia"
"Feeling Good"
"Guiding Light"
"Undisclosed Desires"
"Starlight"
"Plug In Baby"
"Time Is Running Out"
"Unnatural Selection"
"Exogenesis: Symphony Pt 1: Overture"
"Stockholm Syndrome"
"Knights of Cydonia"
sábado, 28 de novembro de 2009
Atenção ao criativo do Sporting: Pedro Proença
Repare o leitor na dualidade de critérios que grassa no futebol português: o Porto foi a Oliveira do Azeméis jogar com um desses clubes pequenos cujo relvado é reconhecidamente péssimo. O jogo foi adiado até que haja condições para jogar. O Benfica vai a Telheiras jogar com um desses clubes pequenos cujo relvado é reconhecidamente péssimo. O jogo realizar-se-á na data prevista.
Pior para nós, uma vez que o Sporting atravessa um bom momento. Tem um treinador, mas comunicou a sua contratação à CMVM de madrugada e ainda não o apresentou. A primeira vez que apareceu, foi na internet — como os boatos e os vírus informáticos. É um treinador clandestino, o que constitui uma vantagem: assim, os adeptos não sabem na direcção de quem agitar lenços brancos.
Há uns meses, o presidente do Sporting disse que o fundo de jogadores do Benfica era uma vergonha. Agora quer, sem grande sucesso, imitá-lo. O que desejo para o derby desta noite é exactamente isso: um resultado que os sportinguistas considerem hoje uma vergonha e que, no futuro, pretendam, sem sucesso, imitar.
Não será fácil, visto que o Benfica vive tempos difíceis. O derby joga-se precisamente na altura em que o clube se vê mergulhado num escândalo. Há uns anos, se bem se recordam, a Selecção Nacional passou por escândalo muito semelhante: num estágio, os jogadores tinham estado agarrados a senhoras cuja profissão dizem ser, embora eu não concorde, pouco digna. Esta semana, calhou ao Benfica: Jorge Jesus apareceu na imprensa abraçado a uma pessoa cuja profissão é, de facto, pouco digna. Foi repugnante e esperamos todos que não se repita.
Cada vez gosto mais da série Liga dos Últimos. Na semana passada, o episódio era especialmente divertido: foi preenchido com a transmissão integral de um jogo entre os Pescadores da Costa da Caparica e outra colectividade cujo nome já não recordo. O costume: treinadores patuscos, adeptos rústicos, jogadores com mais vontade que talento. Na primeira parte, os Pescadores dominaram. Os adversários não pareciam capazes de vencer onze peixeiras, quanto mais pescadores. Na segunda parte, porém, algum excesso de confiança dos Pescadores permitiu uma surpreendente reviravolta. Quem diz que nos escalões inferiores não há emoção?
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Novo supergrupo à vista
O produtor Kevin Shirley (Iron Maiden, Led Zeppelin) revelou no seu blogue ter havido sessões de estúdio com os quatro músicos. Mesmo tendo negado a existência de um supergrupo, as gravações irão continuar em 2010.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Apple recusa-se a reparar computadores de fumadores
O site "The consumerist" recebeu duas queixas de clientes da Apple, juntamente com uma cópia das cartas que estes enviaram ao presidente do grupo Steve Jobs a apresentarem a sua reclamação, não tendo obtido qualquer resposta.
Os clientes queixam-se que os funcionários das lojas da Apple recusaram reparar os seus computadores alegando que os contratos têm uma série de requisitos e comportamentos que suspendem a garantia dos aparelhos, nomeadamente o facto destes serem utilizados em ambientes adversos, como casas onde se fuma.
Os clientes adiantam também que as lojas da Apple têm uma lista de produtos nocivos, que incluem a nicotina e o pó de talco, pelo que argumentam que reparar o computador de pessoas que fumam pode ser prejudicial aos seus trabalhadores.
domingo, 22 de novembro de 2009
sábado, 21 de novembro de 2009
A Selecção de quem Carlos Queiroz quiser
O próprio Queiroz fala como se, tendo conquistado o direito a ir ao Campeonato do Mundo, tivesse conquistado o Campeonato do Mundo. Apesar de tudo, há diferenças. Em princípio, a final do Campeonato do Mundo não será contra a Bósnia. Isso não impede Queiroz de se comportar como dono da Selecção. Esta já não é a Selecção de todos nós, é a Selecção de quem Carlos Queiroz quiser. A ida ao Campeonato do Mundo é para celebrar apenas com aqueles que sempre acreditaram. Os hereges que tiveram a desfaçatez de não acreditar que uma Selecção incapaz de ganhar a dez albaneses conseguiria ir ao Mundial, estão excluídos dos festejos. É bem feita. Quem ousa criticar a Selecção por bagatelas como um empate em casa contra uma Albânia desfalcada tem o que merece.
Os apoiantes de Queiroz, os únicos devidamente autorizados a festejar o apuramento da Selecção, estão, infelizmente, incapacitados de celebrar. A Selecção joga mal, pelo menos tão mal como eles diziam que jogava a de Scolari. A Selecção tem sorte, pelo menos tanta sorte como eles diziam que a de Scolari tinha. A vitória da Dinamarca sobre a Suécia e as três bolas no ferro contra a Bósnia parecem obra da Senhora do Caravaggio. A única diferença em relação à Selecção de Scolari é que, antigamente, conseguíamos a qualificação directa, e agora temos de ir ao play-off. Mas isso não chega para fazer com que os apoiantes de Queiroz deixem de sentir que estão, de facto, a festejar uma vitória à Scolari. Um deles disse que esta Selecção é tão mais fraca do que a de Scolari, que o apuramento foi um milagre. Juro: um milagre. Que conjugação de astros foi necessária então para que a Dinamarca, que não tem o melhor do mundo, nem jogadores do Real Madrid, Chelsea e Manchester United, se tivesse qualificado à nossa frente? Como se chama um milagre que é maior do que os milagres?
Por ricardo araújo pereira, Edição 21 Novembro 2009 - Jornal "A Bola"
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Castigar Henry?
Quando um jogador simula um penalty ou faz uma agressão a outro jogador pode ser castigado por vários jogos já depois de o jogo ter terminado!!
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
A palavra Cinismo
Amanhã estaremos todos mortos, meus amigos. Sobreviverá a Terra, com a marca que nela deixarmos. Sobreviverá a poeira da memória que deixarmos nos outros - só isso. Civismo é compromisso com o futuro, exercício de amor. E o amor não correspondido desmorona-se, apaga-se, desfaz-se em névoa e amargura. Nem as pedras resistem ao abandono - a profusão de palácios, edifícios e monumentos em ruína acelerada testemunha os efeitos dessa falta de civismo com que nos desrespeitamos a nós mesmos e à nossa História. A areia das praias cheia de lixo, as ondas do mar carregadas de latas, sacos de plástico, garrafas que trazem a mensagem da nossa pior pobreza, que é a de espírito. As fachadas riscadas de insultos e sujidade são o nosso rosto como nação. Deveríamos começar por aplicar a ira que dirigimos à actriz brasileira Maité Proença por cuspir num monumento diante das câmaras de televisão a todos os portugueses que diariamente escarram no chão ao nosso lado - e são muitos. E também aos que estacionam os carros no meio da rua para irem tratar da sua vidinha, imunes ao incómodo que causam à vida dos outros. E ainda aos que furam filas, a olhar para o ar, aos que acham natural que lhes abramos as portas sem se dignarem a soltar uma palavra de agradecimento. E são imensos os que não sabem agradecer as portas que se lhes abrem, física ou metafisicamente. Civismo é memória e gratidão. Ao cessar as suas funções como presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Paula Teixeira da Cruz lembrou a necessidade de agradecer aos que sabem servir generosamente a causa pública, sem olhar a divisões partidárias. E sublinhou a urgência da prática do civismo como forma quotidiana de combate às múltiplas corrupções. O seu mandato à frente do Parlamento da cidade foi um exemplo de dedicação isenta e valorosa à causa pública. Há outros exemplos assim - mas poucos, muito poucos para que a mudança do país possa ser real.
Enquanto o assalto à vara sobre o erário público continuar a compensar, enquanto os que traem metodicamente os seus compromissos e fazem da lealdade sinónimo de subserviência continuarem a prosperar, enquanto os que vivem a lamber as botas dos poderes vigentes, mendigando mordomias, continuarem a latir de contentes, o país não sai de crise nenhuma. Para isso era útil que os políticos aprendessem aquilo que a lisonja lhes faz esquecer, essa coisa simples que é distinguir o trigo do joio. Os 'valores' com que enchemos e despejamos a boca começam por aí, e é facílimo: basta atender às acções das pessoas, à sua entrega ao bem comum, à correspondência entre o que dizem e o que fazem. Basta não ceder à tentação de confundir lealdade e oportunismo, arrogância e liderança, gabarolice e eficiência. Poucos são os que resistem a tempo inteiro ao encantamento do poder - mas cada um de nós, nas suas acções e atitudes quotidianas, é responsável por isso. Os que hoje mandam não são diferentes de nós - e é em nosso nome e para cada um de nós que exercem a profissão de decidir.
sábado, 14 de novembro de 2009
Villas Boas deu às de Vila Diogo
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Com a ajuda do Google, pai encontra filha após 30 anos
Uma busca no Google fez com que um pai encontrasse a filha, após três décadas de separação, nos EUA. April Antoniou, de 30 anos, morava no Estado da Geórgia, e o seu pai, Scott Becker, no Kansas. Reencontraram-se este mês e, desde então, têm sido assediados por emissoras de TV norte-americanas.
Antoniou disse que frequentemente procurava o nome do pai no Google, mas que não tinha muita sorte porque o seu nome do era relativamente comum - além do facto dela saber muito pouco sobre ele.
Acabou por digitar «Scott Robert Becker procurando por April» na caixa de buscas do Google há poucos dias, e descobriu um site criado pelo pai há sete anos, cujo endereço é www.aprilbecker.com, e no qual ele redigiu a seguinte mensagem: «Querida April, Quando leres isto, por favor, envia um e-mail para: april@aprilbecker.com. Eu sou o teu pai e gostaria de falar contigo. Quando eu receber o teu e-mail, vou fazer duas perguntas que apenas tu poderás responder. Tens uma irmã mais nova, que quer muito falar contigo. O teu pai Scott Robert Becker». Becker disse a uma televisão norte-americana que tem procurado por April desde que se divorciou da sua mãe, poucos meses depois do aniversário de um ano da filha, e que gastou 10 mil dólares em detectives com o intuito de procurá-la.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Palavras (1)
inadimplente (in- + adimplente)
adj. 2 gén. s. 2 gén.
Jur. Que ou quem não cumpre uma obrigação. = incumpridor ≠ adimplente
------------------------------------
entropia s. f.
entropia (francês entropie)
s. f.
1. Fís. Medida da desordem de um sistema.
2. Fís. Medida da quantidade de energia que não é convertida em trabalho mecânico.
3. Desordem ou imprevisivilidade.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Frase
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Robert Enke (24 Agosto 1977 – 10 Novembro 2009)
O governador da Baixa-Saxónia, Christian Wullf, mostrou-se também muito abalado com a notícia da morte de Enke. "A Alemanha perdeu um atleta de excepção e uma pessoa sensível, que foi um exemplo para muitos, estamos de luto e enviamos condolências à mulher, à família e aos seus muitos amigos", disse Wullf num comunicado da chancelaria do governo regional, em Hanover.
A nível profissional, o melhor elogio que podemos fazer a Robert Enke é que foi, aos 19 anos, um digno sucessor de Michel Preud'homme. Um atleta íntegro e dedicado, que defendeu a nossa camisola com brio e competência muito acima da média. Paz à sua alma.
A Frase
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
sábado, 7 de novembro de 2009
Esta vida são dois dias e 'forever' são 171
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Também foram os 'No Name Boys' que andaram aos tiros em Alvalade?
Tome-se por exemplos os dois factos mais recentes.
O primeiro facto em causa ocorreu em Alcochete, na Academia sportinguista, palco do jogo decisivo do campeonato nacional dos mais jovens. Ao Benfica bastava o empate para conquistar o título e era precisamente esse o resultado, 0-0, quando aos 25 minutos da primeira parte deu entrada no recinto a claque benfiquista dos No Name Boys que tinha ficado retida por força do intenso tráfego no rio Tejo ou por força dos procedimentos de segurança que se presumem obrigatórios na organização de espectáculos deste género.
E, logo aqui, se presumem novos desentendimentos entre as opiniões benfiquistas e sportinguistas. Os benfiquistas garantem que o que reteve a claque foi uma barreira policial de controlo. Mas, para os sportinguistas, a claque dos visitantes chegou tarde ao jogo ou de propósito ou porque se demorou na travessia do rio — uma desova de robalos a sudoeste do 18.º pilar da Ponte Vasco da Gama ainda veio complicar mais as coisas…
Lamentavelmente não há imagens televisivamente que esclareçam esta problemática. As imagens de que todos dispomos são já do interior da Academia, com o jogo a decorrer, e com as claques afectas aos dois emblemas entretidas numa ruidosa guerra de paus e de pedradas.
Para os sportinguistas, foram os No Name Boys que entraram no recinto carregados de pedras que, imediatamente, começaram a lançar sobre a assistência que tinha chegado primeiro. Para os benfiquistas, passou-se precisamente o contrário. Recebidos com paus e com pedras na Academia de Alcochete, os elementos da claque benfiquista limitaram-se a responder utilizando o mesmo material.
A única solução sensata deste triste conflito — a repetição do jogo à porta fechada e a punição dos dois clubes — foi, ao que parece, imediatamente posta de lado pela Federação Portuguesa de Futebol.
E, no final de um longo processo de investigação, prevaleceram os argumentos dos responsáveis do Sporting que vincaram muito bem vincado, e logo em cima do acontecimento, que sendo o Benfica um clube muito popular e que sendo Sporting uma agremiação de origem brasonada e de gente das melhores famílias seria «de todo» impossível que fossem os seus adeptos a atirar as primeiras pedras.
E foi a esta conclusão que chegou também o Conselho de Justiça da FPF: «os adeptos da casa invadiram o terreno de jogo em fuga às tentativas de agressão, que incluíram arremesso de pedras, por parte da claque visitante.»
Vamos lá então ao segundo facto…
Na noite de domingo, em Alvalade, o Sporting empatou com o Marítimo e, no final do jogo — que decorreu até ao fim… — e de acordo com os relatos da imprensa, sempre imparcial, houve «uma tentativa frustrada de invadir o hall vip», «tiros para o ar e jogadores sitiados no estádio» e uma acção policial «que só à bastonada e à lei da bala conseguiu repelir os adeptos em fúria».
A coisa foi brava. Segundo o superintendente Costa Ramos, da PSP, «a própria Polícia foi apedrejada e levou com grades em cima».
Impossível! «De todo», impossível!
E, claro, também sobre este episódio benfiquistas e sportinguistas têm opiniões diferentes. Ou, melhor, enquanto uns têm uma certeza, os outros têm uma dúvida.
Os sportinguistas têm a certeza de que, uma vez mais, os autores dos desacatos em Alvalade foram os No Name Boys que, pintados de verde, se infiltraram no recinto na ânsia de causar confusão e de provocar divisões nas fileiras do adversário.
Os benfiquistas, esses, têm uma dúvida:
— Mas também foram os No Name Boys que andaram aos tiros em Alvalade?
Os benfiquistas têm, aliás, várias dúvidas:
— Mas as claques dos outros clubes também atiram pedras?
— Mas, no Sporting, não é costume deles resolverem todos os conflitos internos através de enfadonhos jogos de cricket?
— E o que é que nós temos a ver com isso?
Isso mesmo. Sejamos desportistas.
Parabéns ao Sporting pelo seu título nacional de juniores.
*********************
O Benfica devia apelar ao Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol. Não, não é por causa do título de juniores, que está muito bem entregue, muito bem resolvido e que devia até fazer jurisprudência em casos semelhantes de violência fora das quatro linhas.
O Benfica devia apelar ao Conselho de Justiça por causa das ocorrências no túnel do Estádio Axa, em Braga, e em função da tal jurisprudência que emanou da decisão tomada sobre as ocorrências na Academia de Alcochete no tal jogo decisivo do campeonato de juniores.
A questão para a nossa justiça desportiva é esta:
— Quem é que começou?
E, de acordo com o Conselho de Justiça, quem começou é quem tem de ser fortemente penalizado. Ou seja, o primeiro agressor é condenado e quem, em legítima defesa, responde a agressões deve ser premiado.
Há westerns maravilhosos a partir deste pressuposto.
Voltando ao futebol.
Se esta lógica funcionou para premiar com o título de campeão nacional de juniores o Sporting, deveria também funcionar para premiar os jogadores do Benfica que, fora das quatro linhas, foram agredidos no intervalo do jogo com o Sporting de Braga. Sempre de acordo com os factos tal como foram relatados na imprensa, Ramires foi agredido por um elemento da segurança bracarense, o treinador-ajunto Raúl José foi agredido por Vandinho e Cardozo foi agredido «de vários lados» mas, principalmente, por Leone. O nosso bom paraguaio, que basta olhar para ele para vermos que tem mesmo cara de facínora, agredido de «vários lados» é bem capaz de ter levantado a mão para se proteger. Também não se pode exigir a Cardozo, que tem aquele sorriso de assassino que é a sua imagem de marca, que não exerça os seus direitos à legítima defesa quando lhe cai em cima uma saraivada de murros.
Conclusão: o árbitro expulsou Cardozo no túnel e o Benfica vai jogar sem Cardozo contra a Naval e contra o Vitória de Guimarães.
Quanto ao que se passou dentro das quatro linhas, a coisa é fácil de resumir. O Benfica foi frequentemente superior ao Sporting de Braga mas teve um grande problema com a autoridade visto que o Benfica nunca conseguiu, ao longo de 90 minutos, ser superior ao árbitro que veio do Porto. Curiosamente, os acontecimentos do túnel, reflectem muitíssimo bem o que se passou no relvado.
Por Leonor Pinhão, Edição 05 Novewmbro 2009 - Jornal "A Bola"
terça-feira, 3 de novembro de 2009
domingo, 1 de novembro de 2009
Cardozo agredido no túnel por segurança
Esta atitude provocou a ira dos jogadores do Sp. Braga que se envolveram com os atletas encarnados à entrada do túnel de acesso aos balneários, questionando a ação do internacional argentino.
O treinador do Sp. Braga e vários elementos ligados aos dois clubes tentaram, sem sucesso, separar os jogadores. A polícia teve de intervir mas, já no meio da confusão, o defesa do Sp. Braga, Ney Santos, agrediu Cardozo com uma bofetada. No entanto, quando o paraguaio se virou para trás já só viu André Leone, tendo ficado com a sensação de que foi o defesa brasileiro quem o agrediu.
Já dentro do túnel, Tacuara foi tirar satisfações com Leone. Os ânimos aqueceram e os dois sul-americanos agredirem-se mutuamente, tendo sido necessária a intervenção dos seguranças que, na tentativa de acalmar os jogadores, agrediram o avançado encarnado.
Antes de entrar para o túnel a equipa de arbitragem afastou-se da confusão para ter uma visão privilegiada de tudo o que aconteceu, e quando observou os dois jogadores a agredirem-se deu, imediatamente, ordem de expulsão.
sábado, 31 de outubro de 2009
Associação Portuguesa de Árbitros do Porto
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
O poder do 'Gato Fedorento'
Mas o que verdadeiramente esmiuçaram os gatos? Ainda que sempre dispostos a fazer humor na surpreendente e incómoda pergunta virada e revirada à medida da piada, a resposta dos Gato à pergunta do Expresso foi enviada por e-mail: "Só respondemos por escrito", explicou-nos José Diogo Quintela. Respeitamos e transcrevemos a resposta: "Como o nome do programa sugere - de forma bastante subtil, aliás -, pretendíamos esmiuçar as eleições. Temos dúvidas de ter alcançado esse objectivo, mas já ficávamos satisfeitos se, em trinta programas, os espectadores tivessem achado alguma graça a dois".
Talvez com mais subtileza, Marcelo dava a sua opinião, nos bastidores, dizendo que "o humor aproxima tudo de todos". E que, "num formato curto e rápido", os espectadores vão abocanhando a actualidade política sem a "chatice do discurso politiquês", citando, nesta última expressão, Pacheco Pereira. É uma explicação para o corrupio de políticos à mesa de Ricardo Araújo Pereira.
"A classe política não fez fila para desfilar no nosso programa, no sentido em que quem esteve presente não o fez por se ter de alguma forma insinuado a ser convidado. Convidámos as pessoas, e as que acharam por bem aceitar estiveram no programa", dizem os Gato. Mas porque é que quase toda a classe política se expôs ali, apesar do desconforto de algumas perguntas? Dava para dizer que na política só há dois tipos: os que foram aos gatos e os que não foram, e nestes incluem-se Pacheco Pereira mas também Cavaco Silva. Ora, regressando ao humor, de tudo o que pingou das tertúlias humorístico-políticas, a entrevista a Marcelo seria, caso fosse a derradeira, uma boa despedida. Mas mais dois estavam já na linha de montagem: um virado para o futuro próximo, com Francisco Assis e Aguiar Branco - dois líderes parlamentares, da situação e da oposição - e outro, que seria com o Presidente da República, mas que este acabou por recusar. Cavaco confessaria a sua simpatia pelo humor dos Gato Fedorento e pelo programa em questão, mas, pelos vistos, com o chefe de Estado não se brinca.
O humor é assim, poderoso. Há até quem diga que mata, mas será também uma boa porta para a aproximação dos mais jovens à política? "Eventualmente, mas nunca foi nosso objectivo cumprir essa função. O nosso único objectivo é fazer humor", dizem os Gato. Mas Rafael, estudante do ISCTE, que fez fila para assistir, ao vivo, a este programa, garantiu que foi o humor de Ricardo, Zé Diogo, Miguel e Tiago que o "aproximou dos temas políticos" - e confessa que "contribuiu" para a sua opção de voto.
23:57 Quinta-feira, 29 de Out de 2009
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
terça-feira, 27 de outubro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Mão robótica sensível
Apesar dos avanços, a Smart Hand ainda está longe de funcionar como uma mão normal, visto nesta que existem milhões de sensores nervosos.A BBC fez uma reportagem sobre o primeiro implantado com a Smart Hand.
sábado, 24 de outubro de 2009
Jorge Jesus não tem mão na equipa
As falsas expectativas que o treinador do Benfica lançou no início da época tiveram efeitos muito negativos até na minha vida pessoal. Quando soube que o Benfica jogaria o dobro do que havia jogado no ano passado fiquei contente, mas não demasiado. O Benfica não jogava assim tanto para que a perspectiva de passar a jogar apenas o dobro fosse especialmente apelativa. Por isso, cometi a imprudência de marcar compromissos profissionais para dias de jogo do Benfica. Não pude ver no estádio a goleada ao Everton e fui forçado a acompanhar a goleada ao Belenenses apenas na televisão. Tivesse Jorge Jesus sido rigoroso e eu teria metido licença sem vencimento até ao fim da época.Muito embora o Benfica seja, neste momento, uma máquina de triturar equipas e fazer golos, muita gente adverte ainda para os perigos que podem resultar do entusiasmo dos benfiquistas. Pelos vistos, o entusiasmo benfiquista é perigoso. Quando as outras equipas perdem, o adversário joga melhor. Quando o Benfica perde, a culpa é do entusiasmo dos sócios. Não se percebe a razão pela qual os outros treinam: segundo esta curiosa teoria, basta entusiasmarem-nos o terceiro anel para estarmos em apuros. O mais interessante é que o mesmo entusiasmo, tão contraproducente, também é apontado como um factor que nos beneficia. Sportinguistas e portistas queixam-se de que a onda de entusiasmo contagia os jornais e empurra o Benfica, o treinador do Braga lamenta que o Benfica seja levado ao colo pela euforia dos seus próprios adeptos. Em Portugal, ser levado ao colo pelo entusiasmo dos adeptos é crime, ser levado ao colo pela arbitragem é dirigismo brilhante. O treinador do Braga, por exemplo, nunca se queixou disso. Calha sempre estar a olhar para o chão.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Saramago é português, ponto final!
O que não é legítimo é questionar o portuguesismo do escritor sempre que se discorda dele. E por muitos choques que Saramago tenha tido, ou venha a ter, com sectores da sociedade portuguesa, é português, ponto. Nasceu em Portugal, estudou numa escola portuguesa, escreve em português, casou-se uma primeira vez com uma portuguesa, tem uma filha portuguesa, trabalhou em jornais portugueses, foi candidato a cargos políticos portugueses. Nos últimos anos, como é sabido, tem vivido em Espanha e casou-se com uma espanhola, nada que ponha em causa a sua condição de português. Nem o próprio, apesar de iberista, alguma vez disse que resignava à cidadania portuguesa.
Como em 1992, com O Evangelho segundo Jesus Cristo, que o Governo português recusou candidatar a um prémio internacional, a polémica ressurge com Caim, que também aborda um tema religioso. Que o comunista Saramago reafirme o ateísmo aos 86 anos não surpreende, o que surpreende é a reacção indignada de figuras da Igreja Católica e a solidariedade instintiva de certos sectores políticos. Não só vivemos num país onde existe liberdade de expressão, como a separação entre Estado e Igreja está na Constituição. E isso é que é digno de todo o destaque.
Retirado do Editorial do Diário de Notícias (22 de Outubro de 2009)
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
A minha pátria já está no Mundial
Tenho estado a fazer uns tratamentos e aguardo resultados positivos em breve. Todos os dias, escrevo 10 vezes num caderno a frase «O Benfica não é obrigado a golear todos os jogos». E depois leio e finjo que acredito. Tudo isto serve para tentar moderar o entusiasmo, que é injustificado. O calendário tem sido favorável ao Benfica. Ainda não defrontou Porto, ou Sporting, o que já aconteceu com os outros. O Benfica limitou-se a dar três ao facílimo Paços de Ferreira (que empatou com o Porto) e dar quatro ao muito macio Belenenses (que empatou com o Sporting). Tudo jogos fáceis, claro. O avanço do Benfica não significa nada. Basta-me repetir esta frase um bom número de vezes e pode ser que passe a acreditar nisso. Os sportinguistas e portistas já conseguiram. Deve ser uma tarefa simples.