quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Melhor do ano no Paraguai é... Cardozo

Cardozo foi ontem eleito o Melhor Futebolista do Paraguai 2009, prémio esse que o avançado do Benfica já arrebatara em 2006.

O troféu é fruto de uma votação interna dos jornalistas do diário "ABC Color", considerado o principal matutino daquele país sul-americano. Cardozo arrecadou 198 votos, superando Salvador Cabañas (188), do América do México, e Guillermo Beltrán (105), do Nacional. Na galeria de vencedores figura o ex-benfiquista Carlos Gamarra, distinguido com o prémio em 1997 e 1998.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Sim, mas quando é que o Benfica terá um verdadeiro teste?

A paragem no campeonato chega em boa altura. É óptimo que os críticos do Benfica possam ter uns dias para inventar novas razões pelas quais a equipa de Jorge Jesus não os impressiona. No princípio, foram os troféus da pré-época. Cada torneio ganho constituía uma nova vergonha para os benfiquistas. Era uma estupidez andar a ganhar títulos que não valiam nada. O primeiro milho é para os pardais e a pré-época não tem significado, o que veio a confirmar-se: o Benfica, que ganhou tudo, está nas ruas da amargura; o Sporting, que perdeu com toda a gente menos com o Cacém, pratica um futebol vistoso e vencedor. Depois, foram os reforços. Cada novo reforço embaraçava o Benfica. Suplentes do Real Madrid eram uma péssima escolha. Quem jogava bem, como toda a gente sabia, eram os suplentes do Manchester City e do Colón. Mais uma profecia cumprida: Saviola e Javi García deixam muito a desejar, enquanto as exibições de Caicedo e Prediger têm encantado adeptos do futebol em todos os estádios. A seguir, vieram as goleadas. Cada goleada era motivo de gozo. É estúpido golear. Cansa muito. Por exemplo, enquanto o Benfica se afadigou indo a Belém golear por 4-0, o Porto poupou energia empatando com o Belenenses em casa. Ao passo que o Sporting, ajuizadamente, geriu o esforço no empate com o Nacional, o Benfica desperdiçou músculo a golear o mesmo Nacional por 6-1. Estava à vista de todos que o Benfica andava a fazer as coisas mal feitas.

E foi assim que chegámos ao clássico do último domingo. O terceiro classificado da época passada, aliás bastante desfalcado, jogava contra o tetracampeão na máxima força. Finalmente, um verdadeiro teste. Os jogos anteriores, as goleadas, as boas exibições não tinham valor. Agora, sem vários titulares, é que estavam reunidas condições apropriadas para se ver que Benfica era este. E, na minha modesta opinião, viu-se. O jogo era tão fácil para o Porto que Jesualdo Ferreira tinha dito que o empate era um mau resultado. Por isso, apresentou-se na Luz claramente para ganhar, com um meio campo bem ofensivo, que incluía criativos tão fantasistas como um Guarín, um Meireles e um Fernando. Para mim, foi um déja vu. Estava no Estádio da Luz antigo quando Jesualdo Ferreira entrou em campo com os trincos Petit e Andrade para jogar contra o Gondomar. Desta vez, deve ter pensado que o Benfica estava ainda mais fraco que os gondomarenses, de modo que resolveu acrescentar mais um trinco ao jogo, não fosse o diabo tecê-las.
No entanto, Jesualdo não foi o único treinador defensivo da noite. É verdade que o Porto entrou em campo com três trincos, mas devemos ser justos e admitir que o Benfica passou o jogo todo com 3 centrais: Luisão, David Luiz e Falcao. Um exagero de Jorge Jesus. Pinto da Costa bem tinha agradecido aos olheiros do Benfica a contratação do Falcao pelo Porto (no fim do jogo, também fui ao gabinete de prospecção agradecer-lhes) e o rapaz, uma vez que foi descoberto pelos nossos olheiros, deve ter-se sentido na obrigação de jogar por nós.
Por isso, Hulk jogou sozinho no ataque com Rodriguez, o que não lhe fez confusão nenhuma. Na verdade, Hulk joga sempre sozinho, quer esteja acompanhado ou não. O Hulk da banda desenhada é conhecido por se irritar; este é conhecido por irritar os sócios do Porto. Como é evidente, gosto muito mais dos super-poderes deste. Quando, ainda na primeira parte, Hulk fez aquele remate à baliza que saiu pela linha lateral, comecei a fazer uma colecta na bancada onde tenho o cativo. O objectivo é pagarmos a cláusula de rescisão de 100 milhões mas para o obrigar a ficar no Porto. Em breve darei notícias.
Quanto a Rodriguez, observei atentamente o seu jogo e confesso que já não sei se ele não renovou pelo Benfica porque não quis ou porque foi dispensado. Mas, se um dia ele quiser voltar, por mim recebê-lo-ei no clube sem ressentimentos. Desde que seja para jogar na equipa de andebol.
A linha avançada do Porto, Falcao, Hulk e Rodriguez, era, portanto, constituída por um futebolista que jogou na nossa defesa, outro que jogou sozinho, e outro que jogou outra modalidade. Mas atenção: não quero com isto dizer que a equipa do Porto é má. Nada disso. O Porto tem bons jogadores. Estão é todos no Olhanense.
Quando, na final da Taça da Liga, Lucílio Baptista assinalou mal um penalty a favor do Benfica, foi à televisão assumir publicamente o erro. Desta vez, não assinalou um penalty que toda a gente viu – mas não compareceu nos telejornais. É normalíssimo: os erros contra o Benfica não são notícia. Se cada árbitro que erra contra o Benfica fosse ao telejornal, os noticiários duravam três horas.

Por Ricardo Araújo Pereira, edição 26 de Dezembro 2009 - Jornal "A Bola"

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

FCP Levou na corneta!!


Capa do jornal ''A Bola'' - 21/Dezembro/2009
SLB 1 - 0 FCP

sábado, 19 de dezembro de 2009

Espero que o pai de Lucílio não precise de aconselhamento matrimonial

CREIO que anotei correctamente a sequência dos acontecimentos: primeiro, Michel Platini disse, referindo-se ao FC Porto, que não queria batoteiros a jogar na Liga dos Campeões. Depois, o país de Michel Platini apurou-se para o Mundial de futebol na África do Sul, em 2010, jogando a bola com a mão. A seguir, o mesmo Michel Platini disse que o FC Porto afinal não era batoteiro. Não há nada como beneficiar de uma ilegalidade para o nosso conceito de batota sofrer uma interessante transformação. Quem antes era batoteiro passa a ser cá dos nossos.


Na última jornada antes do Benfica-Porto, o árbitro do Olhanense-Benfica mostrou 13 cartões. Para o Porto-Setúbal foi nomeado Pedro Henriques, o árbitro que só mostra vermelho se houver um homicídio em campo. Por essa e outras razões, o Porto chega ao clássico a 100%, enquanto o Benfica se apresenta bastante desfalcado. Posto isto, que resultado esperar? Depende: se o pai de Lucílio Baptista não necessitar de aconselhamento matrimonial, um Benfica desfalcado ganha facilmente a um Porto em pleno. Vamos esperar que os problemas que afectavam o pai de Augusto Duarte não se estendam a outras famílias.


O leitor já contribuiu para a campanha do David Luiz? É a grande campanha deste Natal, não sei se sabe. Todos os comentadores afectos ao Sporting e ao Porto estão a participar. Parece que há, na Liga Sagres, um central que pode fazer todas as faltas que quiser e praticar jogo violento à sua vontade sem nunca ser expulso. Isto, já sabíamos todos. O que não sabíamos é que não se trata de Bruno Alves. Eles estão a falar do David Luiz. Bruno Alves já deu cotoveladas em queixos, cabeçadas em testas, pisou costelas, esmagou testículos e pontapeou cabeças. Mas o David Luiz, no outro dia, puxou uma camisola e o árbitro não viu. Quem não se indignaria?


O leitor, sempre ingénuo, perguntará: mas o facto de David Luiz não ser um jogador violento não deveria ser suficiente para que não fosse sensato dizer que ele é um jogador violento? Não necessariamente. Recordo que o Cardozo levou dois jogos de castigo por, no túnel de Braga, ter cometido actos que as imagens provam claramente não terem sido cometidos. Do mesmo modo, no entender dos apreciadores de Bruno Alves, David Luiz é bruto. Na opinião dos admiradores de Adrien, que anda há semanas a tentar fracturar o perónio aos adversários, David Luiz é caceteiro. Mal comparado, é como ser apreciador da Cicciolina e dizer que a Madonna é um bocadinho galdéria.


Por Ricardo Araújo Pereira, edição 19 de Dezembro 2009 - Jornal "A Bola"

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Metallica em Portugal 2010

Os Metallica actuam em Portugal em 2010.

O concerto está marcado para 18 de Maio, no Pavilhão Atlântico , em Lisboa.

Todos às compras

Rui anda a namorar um relógio caro. Ana vai ela própria fazer cachecóis e bolsas para oferecer. O casal Lima comprou uma televisão. É Natal e cada português chega à noite da consoada com uma média de 15 embrulhos para distribuir. Em tempo de crise a tendência é comprar coisas úteis.
Por Ana Henriques


Cortar nos gastos por causa da crise? Nem sempre. "Lá em casa não se faz muito isso, Natal é Natal. Talvez noutras épocas do ano..." Rita Mendes, de 19 anos, ainda não fixou o nome da escola do Lumiar, em Lisboa, onde começou este ano lectivo a frequentar o curso de Ciências Aeronáuticas. Mas na ponta da língua tem os nomes dos modelos das malas da Louis Vuitton que ela e a mãe hão-de receber este Natal, a mil e dois mil euros o exemplar, para depois emprestar uma à outra. O irmão não fica a perder: "Entre os jogos para a Playstation e um computador portátil novo leva sempre muitos presentes, para compensar as malas."
Até agora, a estudante gastou 500 euros em ofertas para os amigos: essencialmente perfumes e acessórios, como um cinto. "E ainda estou a meio das compras", diz. "É um bocadinho de dinheiro de mais..." O grande armário lá de casa repleto de modelos menos recentes da Vuitton e de outras marcas conceituadas não a demove: são mesmo duas malas com o monograma de luxo que hão-de aparecer no sapatinho. E das genuínas, que fazem corar de vergonha as suas primas falsificadas.
Estima-se que este ano cada português vá desembolsar, em média, 390 euros com prendas de Natal. Muito menos do que Rita gastará. Muito mais do que o que Fátima Silva, 64 anos, conta gastar. Hoje não são malas que esta vendedora ambulante leva consigo. Enfiadas dentro de um saco de plástico negro como as roupas que traz vestidas da cabeça aos pés, as camisolas que acabou de comprar aos chineses do Martim Moniz para revender nas ruas de Queluz não fazem vista nenhuma. As cores fora de moda também não ajudam, mas por seis ou sete euros a peça não se pode pedir mais.
Talvez num embrulho bonito consigam brilhar na noite de Natal. Ou talvez vão parar ao fundo do armário de uma qualquer adolescente cuja tia pensa que Stradivarius - nome de uma cadeia de lojas de pronto-a-vestir - é apenas a marca de um famoso violino. A Fátima tanto se lhe dá: quer é despachar a mercadoria antes que chegue a polícia, que, diz, não tem sido meiga com os vendedores ambulantes.
Este não é o seu Natal. O seu vai ser passado sem prendas. Os 30 euros do rendimento mínimo somados aos 150 da pensão que recebe por conta da morte do marido não esticam. "Se tivesse dinheiro, comprava uma prendinha a cada neto", diz. Depois percebe que está a sonhar alto de mais, com a quantidade de descendentes que deixa neste mundo teria de gastar uma fortuna em presentes. E emenda: "À minha neta de seis anos comprava-lhe umas botinhas. E aos rapazes, uns carrinhos." E segue para casa quase a correr.

Excessivo?

Por esta altura Rui Pinheira, de 29 anos, ainda não se decidiu sobre a prenda da namorada. O mostrador do Omega de 2350 euros que o crítico de arte apreciou na joalharia da Avenida da Liberdade parece-lhe excessivo. Ou será que agora se usa assim tão grande? "Vou ter que sondar a minha namorada", conclui. Depois decidirá se deve esperar pelo lançamento de um modelo de menores dimensões.
Já comprou os presentes quase todos, mas deixou os mais importantes para o fim: os dos pais. Que podem custar tanto como o Omega - ou não. Roupa não oferecerá de certeza: "As mulheres compram-na todos os dias..."
Por muito que os mais recentes inquéritos digam que os portugueses vão gastar menos em ofertas do que em 2008 - menos 15 euros, segundo o estudo Xmas Survey, da consultora Deloitte - há quem compre tanto como sempre. E quem garanta que a poupança começou há muitos natais. Que o diga Piedade Santos, 46 anos num rosto sem traços de maquilhagem a disfarçar a passagem dos anos. "Tenho muita pena, mas aos adultos é um beijinho, um abraço e pronto. Nem eles me dão nada a mim, nem eu lhes dou a eles", conta, enquanto percorre com a filha os corredores do novíssimo centro comercial Dolce Vita Tejo, nos subúrbios da Amadora.
À disciplina férrea combinada com a família há três anos para lidar com um salário de auxiliar de acção educativa de pouco mais de 500 euros só escapam as crianças da família - "tenta-se não falhar" - e a filha adolescente. Mesmo assim, impera o pragmatismo: "Se ela precisa de umas botas ou de um casaco, dizemos: "Olha, já é prenda de Natal." Perde-se um bocado a graça de abrir as prendas, mas pronto."
Os portugueses compram, em média, 15 prendas por Natal, a 30 euros cada uma. Paula Quintão, uma empregada bancária precocemente reformada, gastará acima da média. Não há grande volta a dar-lhe, por mais que aqui, junto ao Bairro Alto, até possa encontrar um ou outro gadget original sem se arruinar. Conta chegar à noite da consoada com 50 prendas para oferecer. "Quanto vou gastar ao todo? Seguramente uns mil euros, é um escândalo. Já houve anos em que terei gasto mais." Com a família? "Às vezes acho que até é com os amigos."
Segundo a Deloitte, quando é preciso cortar nas lembranças de Natal os colegas de trabalho são os primeiros a sofrer as consequências. Seguem-se os amigos. Deixar os mais pequenos sem brinquedos só em último caso. Isso mesmo diz Adriano Motica, um romeno desempregado de 21 anos: seja lá o que conseguir comprar, a prenda mais cara irá para a pequenita que passeia num carrinho de bebé na Baixa. No ano passado era diferente, tinha trabalho.
"Em 2008, quando estava em Espanha a montar tectos falsos, ganhava melhor do que aqui", constata por seu turno Adsergion Silva, oito anos dos 32 que leva de vida passados em Portugal, vindo de Minas Gerais. Das três ou quatro prendas obrigatórias que vai distribuir pelos mais chegados nenhuma deverá calhar à companheira. "Merecer ela merece. Mas não sei se o dinheiro vai chegar... Gostava de lhe dar um perfume."
Apesar de integrarem a lista das prendas mais requisitadas nesta altura, as fragrâncias não estão no topo. Em Portugal, tal como na maioria da Europa, os livros constituem a oferta mais popular, seguidos do vestuário e dos discos. Alexandra Pericão, com um cargo de chefia numa empresa de resíduos sólidos urbanos, recusa-se a comprá-los de empreitada. Essas e outras prendas, vai-as acumulando ao longo do ano, com tempo, para depois distribuir no Natal: "Consigo preços melhores e coisas que agradam mais às pessoas."

Prendas para os vizinhos

Escolhe criteriosamente cada objecto, ao todo não mais de uma dezena, entre família e amigos: "Isto não é uma coisa banal relacionada com o consumismo." Também não é só por questões de poupança que Ana Teixeira, uma estudante de Belas-Artes de 22 anos, tenciona fabricar parte das prendas que quer dar - um cachecol, uma bolsa, um quadro... "Gosto mais do resultado final", explica, enquanto dá uma vista de olhos aos gadgets da loja do Bairro Alto.
Doze por cento dos portugueses não comprarão prendas para si próprios, ao contrário do que haviam feito no ano passado. Não é o que se passa com o casal Lima. "Esta é cá para os bebés", dizem, satisfeitos, a apontar para si e para o enorme televisor que mal lhes cabe no carrinho de compras que empurram no Dolce Vita Tejo. Por 650 euros, o casal de reformados comprou mais um entretém para os dias de chuva, que se vai juntar às várias outras televisões que já tem em casa, em Porto Salvo. "Os gastos vão ser os mesmos do ano passado", referem: do pouco ao muito, dependendo "de como cada pessoa se portou ao longo do ano". Os vizinhos de mais idade não serão esquecidos nesta espécie de ajuste de contas. Afinal, são eles quem vemos no dia-a-dia, às vezes mais do que à família. E toda a gente gosta de um miminho.
Eduardo Lemos também se vai lembrar da vizinhança quando trouxer da terra, Tondela, várias caixas de dióspiros e uns garrafõezinhos de branco e de tinto, tudo produção própria. Da Brandoa, onde mora, o viúvo levará bacalhau, lençóis e cobertores, para oferecer a uns primos na província. Quando era gerente de casas de prestígio da capital, como o café Colombo, convivia com outras gentes: "As pessoas do jet-set, a Cinha, a Maria Barroso..." Não é que agora, que já não precisa de se barbear todos os dias, viva mal, mas os euros já estão todos destinados: para um dos três netos, uma adolescente que anda num coro em Algés, tem de ser uma guitarra portuguesa, e tanto ela como os outros hão-de receber roupa. A rapariga tem de andar bem posta, que já arranjou namoro, como contou ao avô em segredo. "Vou gastar alguns 400 euros..."
Por cá ainda não pegou a moda adoptada por espanhóis, italianos, romenos e eslovacos de fazer as compras depois do 25 de Dezembro, para aproveitar os saldos. A tendência é oferecer coisas úteis. O conceito de utilidade é que varia muito, consoante quem o aplica. Para o crítico de arte, o relógio caro insere-se nessa categoria. Outros acham que nada como uns trapos para fazer alguém feliz, nem que seja nos breves segundos que o papel colorido demora a desembaraçar-se dos laçarotes. O Natal chegou para todos, mesmo para os que acreditam que a crise está para durar.
Fonte: Jornal Público

Quatro anos de pena suspensa para condutora de ligeiro

O Tribunal de Castelo Branco condenou hoje a 4 anos e 4 meses de prisão, com pena suspensa, condutora do ligeiro envolvida num acidente na A23, em Novembro de 2007, onde morreram 17 estudantes da Universidade Sénior de Castelo Branco. O condutor do autocarro foi absolvido.

Quatro anos e quatro meses de prisão suspensa por igual período foi a pena aplicada pelo colectivo de juízes à condutora do veículo ligeiro de passageiros que esteve envolvido no acidente da 23, em Vila Velha de Ródão, ocorrido há dois anos.
Carina Rodrigo foi condenada por 17 crimes de homicídio por negligência (5 meses por cada morte) e por dois crimes de ofensa à integridade física agravada (2 meses por cada) e por dois de ofensas à integridade física voluntária (três meses cada).
Fernando Serra, o motorista do autocarro que também foi interveniente do acidente, estava acusado dos mesmos crimes, mas tribunal considerou que “nada ficou provado” relativamente a este arguido.
FONTE:www.dn.pt

domingo, 6 de dezembro de 2009

Um histórico, convincente e esmagador empate

No sábado passado, o Sporting fez o sexto jogo consecutivo sem ganhar para o campeonato, empatou em casa com um concorrente directo, manteve os 13 pontos de desvantagem para o primeiro dos candidatos ao título e acabou a jornada em sexto, ex aequo com o sétimo, o Rio Ave. Sob que ponto de vista é que o empate com o Benfica pode ser considerado um bom resultado? Só um: se a equipa da casa não for candidata ao título. Para quem luta pela manutenção ou pela Europa, um pontinho em casa contra o Benfica é excelente. O leitor, sempre maldoso, poderá observar: como podem os adeptos do Sporting, que ainda há pouco assinalavam, com superioridade gozona, que os benfiquistas andavam eufóricos por causa de meia dúzia de goleadas, ficar agora ainda mais eufóricos com um empate?
Bom, cada um esbanja euforia no que pode. E gostos não se discutem: quem gosta de goleadas, vibra com goleadas; quem gosta de empates, deleita-se com empates. Como sabemos todos, desde os encontros do ano passado com Barcelona e Bayern de Munique os sportinguistas ficaram com a capacidade de apreciar goleadas ligeiramente abalada. Mas os empates mantiveram, para eles, o encanto que indiscutivelmente têm. Ainda no início desta época os vimos celebrar um empate contra o Twente. É importante não esquecer que a última grande vitória histórica do Sporting foi uma derrota em casa do AZ Alkmaar. Recordemos, por fim, que estamos a falar de um clube que chama herói ao lateral direito do Olhanense. À luz destes factos, creio que a alegria sportinguista é mais fácil de compreender.
Trata-se de uma alegria que é, aliás, tocante. Quem dera ao resto dos portugueses a inclinação que os sportinguistas têm para a felicidade. Eles, tal como o país, também estão em crise. Também não têm dinheiro. Têm um treinador que é mais um dos milhares de portugueses que enfrentam o flagelo do trabalho precário e dos contratos a termo certo, e sabe que, dentro de seis meses, estará no desemprego. No meio de tudo isto, no entanto, riem-se. Só eles sabem de quê.
Estou, claro, a exagerar. Há motivos de esperança. Desde o dia 21 de Setembro que o Sporting evidencia dificuldades para ganhar a equipas compostas por futebolistas. Mas, contra pescadores, normalmente não dão hipóteses. No campeonato da Docapesca, o Sporting seria um dos mais sérios candidatos ao título. E, no meio da tormenta, os jogadores mantêm o espírito de equipa: ainda esta semana Liedson disse que tinha dificuldades em jogar neste modelo e estava disposto a sair do onze para dar lugar a colegas que façam melhor do que ele. Estava a referir-se a Saleiro, Caicedo e Postiga. Além de ser uma magnífica piada, é dos mais belos actos de companheirismo que já vi. Mostra aos outros avançados que confia neles, e revela a todos os cépticos que Carvalhal é um treinador que consegue, num mês, o que Paulo Bento levou anos a fazer: incompatibilizar os jogadores com a sua táctica.



Por Ricardo Araújo Pereira, edição 05 de Dezembro 2009 - Jornal "A Bola"

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A frase

"Vamos jogar contra o Brasil. Será o time A contra o time B"

Por Carlos Dunga.

Fonte: www.recor.pt