terça-feira, 30 de junho de 2009

30 ano do SNS

''O ano corrente tem sido objecto das mais variadas manifestações (Congressos, Jornadas, Conferências, etc.) que procuram celebrar os 30 anos do Serviço Nacional de Saúde, uma das maiores realizações da mudança política ocorrida em Abril de 1974. (...) A cobertura das necessidades em saúde no nosso país, na década de 70, estava longe de satisfazer as necessidades da população, não era prioridade do governo, com responsabilidades na manutenção de uma guerra colonial e merecia um investimento de apenas 2,8% do PIB, em 1970. Os cuidados mais imediatos eram tratados nos postos médicos dos Serviços Médico-Sociais da Previdência e os cuidados agudos eram prestados por alguns, poucos, hospitais do Estado e principalmente por uma extensa rede de hospitais das Misericórdias. Foi a revolução de Abril e a Constituição de 1976 que mudaram definitivamente o panorama da saúde no nosso país. A nova Constituição determinou que “todos têm direito à protecção da saúde” e que seria levada a cabo “pela criação de um serviço nacional de saúde universal, geral e gratuito”As melhorias observadas ao nível dos indicadores de saúde nos referidos 30 anos foram espantosos. Há 30 anos, a mortalidade infantil era de 35 por mil, hoje é de 3,5 por mil. Há 30 anos, a esperança média de vida era de 65 anos, hoje é de 76 anos. No Relatório da OMS “Cuidados de Saúde Primários - Agora mais do que sempre”, divulgado no corrente ano, esta organização classificou Portugal como um dos cinco países do mundo que mais “notáveis progressos” fizeram na redução das taxas de mortalidade desde 1970.Mas estará o nosso país posicionado de forma tão positiva que não deva merecer anossa atenção? É claro que não. A mais recente divulgação, em Bruxelas, pela organização “Health Consumer Powerhouse” do posicionamento de Portugal no respectivo ranking refere a descida para o 26.º lugar quando ocupávamos o 16.º lugar em 2006 e o 19.º lugar em 2008. Diremos como epílogo que o SNS é o pilar do nosso sistema de saúde que deve ser protegido e potenciado com alterações que o fortifiquem mas não o desvirtuem em prol de uma prestação universal, geral e gratuita.''
Pedro Lopes, Presidente da APAH
Fonte: SaudeSA

sexta-feira, 26 de junho de 2009

''Michael Jackson morreu''

Sempre que a morte "chama" alguém, eu lembro-me daqueles que, para terem protagonismo, matam directa ou indirectamente, milhares de pessoas! Em simultânio, me ocorre também, de como seria o Mundo e a vida, se o RICO conseguisse vencer a morte, pela diferença do seu dinheiro. Por isso, CONGRATULO-ME não pela morte do rico, mas, pelo POBRE, no direito à sua existência, apesar da muita indiferença imposta pelos POLÍTICOS, e RICOS. De qualquer forma, sempre que morre um ser humano, ou não, eu lamento!

Comentário de ''Grapilho'' à notícia ''Michael Jackson morreu'' da edição do Público de 26/06/2009.

Michael Jackson (Agosto 29, 1958 – Junho25, 2009)

Repensar sem Pensar

Fonte: Público (26/06/2009)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Portugal ainda não bateu no fundo!

Portugal ainda não atingiu o pior da crise, diz OCDE.

As previsões da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) indicam que a economia portuguesa ainda não bateu no fundo. Esta organização prevê que Portugal sofra uma queda de 4,5% neste ano e continue a derrapar em 2010: decréscimo de 0,5%. Número que levarão o desemprego a atingir valores recorde e um forte impacto nas contas do Estado.

“Portugal está no meio de uma recessão profunda, pois o colapso da procura externa e as condições financeiras apertadas têm afectado todas as partes da economia, particularmente exportações e investimento”, afirma a OCDE na edição preliminar da sua ‘Economic Outlook’ (previsão económica), antecipando que a actividade económica continue a contrair-se ao longo de 2009, “antes de recuperar muito lentamente em 2010, quando as condições económicas e financeiras globais melhorarem gradualmente”. A previsão para os principais parceiros comerciais portugueses também não é positiva: Espanha vai cair 4,2% em 2009 e 0,9 no próximo ano; a Alemanha chegará aos -6,1 neste ano e subirá 0,2% em 2010. Um dos maiores problemas causados por esta contracção será o desemprego. Tendo em conta a habitual diferença temporal entre a evolução económica e a do emprego, o maior impacto far-se-á sentir em 2010: 11,2% da população activa estará desempregada. Em 2009 esta taxa chegará aos 9,6%, bem acima dos 7,6 registados pelo Instituto Nacional de Estatística no primeiro trimestre deste ano. Também o Estado terá de lutar com dificuldades financeiras: a OCDE prevê que o défice seja de 6,5% neste ano e no próximo. “A posição fiscal irá deteriorar-se significativamente em 2009, reflectindo as condições económicas mais fracas, receitas menores e aumento das despesas para apoiar a económica”, diz aquela organização internacional, avisando que serão necessárias “a médio prazo consolidação fiscal e reformas estruturais, para melhorar as perspectivas de crescimento, reduzir o desemprego prolongado e ajudar as finanças públicas a atingir um patamar mais sustentável”. Quanto aos preços junto do consumidor, estes sofrerão uma queda de 0,2% neste ano. No próximo ano a inflação será de 1%.
Fonte: DN - ECONOMIA - 24/06/2009

O Apito Dourado


terça-feira, 23 de junho de 2009

Licenciados no Desemprego

FONTE: www.opiordetudo.com

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O verdadeiro problema do Cissokho!!

É de senso comum que os jogadores do Futebol Corrupto do Porto quando saiem do país têm uma estranha têndencia a ficarem mais velhos pelo menos dois anos (último caso, o Leandro Lima).
Sabendo disto, os médicos do AC Milan usaram uma técnica que é aplicada nos cavalos, desvendar a idade do mesmo através dos seus dentes.
Os médicos aplicaram essa técnica no Cissokho e descobriram que o jogador era mais velho dois anos.
Este é o verdadeiro problema dos dentes do Cissokho.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Composição Moral da Sociedade


Somos feitos de:


- 10% de gente genuinamente boa;

- 10 % de gente genuinamente má;

- 80% de gente que age segundo o que lhe der mais lucro.

Desviar a atenção para o outro para que não olhem para ti!

Somos um País de cidadãos que nascem e crescem à custa de apontar o dedo ao outro.
Deliramos descobrir erros alheios como se isso fosse uma forma de subir na vida, ou atingir um mestrado, ou o destaque do dia. Se os outros erram, sentimo-nos felizes porque não fomos nós e, pelos nossos erros ainda ninguém deu. Sentimos que cresceu o nosso ser... porque alguém falhou. O erro cometido por outrém, é a valorização dos restantes... Julgar o erro na praça pública traduz a emancipação do bem sobre o mal, os benfeitores unem-se e discutem que: ''nunca cometemos este erro, somos os bons!'', mas nos íntimos correm as ideias de que talvez o tenham feito, ou tenham pensado fazer, ou ajudaram algum a cometer esses mesmos erros, e piores, e piores. Mas é melhor chamar-lhes antes que nos chamem a nós.
Julgar alivia a alma, e alivia-a de uma forma tão surprendente que as vidas dos que ''nunca erraram'' corre-lhes melhor enquanto não esquecem o assunto, enquanto falam dele, enquanto ele está presente.
No nosso País conversa-se assim:
- Como estás?
- bem, obrigado, e tu?
- Também. Que tens feito?
- Estou a trabalhar numa grande empresa, estou a ganhar muito bem, a vida corre-me bem. E tu?
- Eu estou numa fábrica, não ganho muito bem, mas vai dando.
- Ainda bem que tens emprego, já não é mau! E a mulher e os filhos, como estão?
- Também estão bem... mas e tu? já casaste, filhos?
- Sim, e tenho um filho lindo e saudável, somos todos muito felizes.
- ok, ainda bem. Mas tenho ir, é que não consigo encontrar problemas na tua vida, não consegui vasculhar os podres. Provavelmente estás a mentir quando dizes que está tudo bem, não pode estar tudo bem... tens de ter erros de socialização, tens de ganhar mal, tens de ter uma má relação com a tua mulher ou filho, tens de ter!! Como posso eu falar contigo sem ser para te passar a mão nas costas e dizer que ''vai correr tudo bem'' ou recreminar-te de que '' não podes ser assim''?? Como posso eu falar contigo assim? por isso... '' Vai à tua vida, vai embora, desaparece e volta quando tiveres algo que eu posso criticar, só assim me sentirei bem, maior, mais crescido, só quando te diminur é que conseguirei crescer.''
Os portugueses precisam ver as falhas dos outros para que essas suprimimam as falhas individuais de cada um.
Esta sociedade precisa de ver o mal nos outros, ninguém pode estar sem errar muito tempo, tem de haver quem julgar... se não é por uma coisa pode ser por outra qualquer.
É assim, no nosso País, Cidade, Vila ou Aldeia, desviamos as atenções para cima dos outros antes que olhem para nós.
Salvem-se os que puderem!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Vale e Azevedo condenado a 11 anos de prisão

FONTE: http://www.opiordetudo.com/

Excerto da autobiografia de José Sócrates

A primeira vez que percebi que isto podia correr mal foi quando comecei a suar em bica no comício de Coimbra. Tinha saído do Falcon do Zapatero e estava enfiado numa sala miserável, meia vazia, com a temperatura de Tombuktu e o Vital a discursar.
À hora dos telejornais enfrentei as câmaras. O calor era insuportável. Havia ali equipamento de som e de luz capaz de assegurar uma tournée da Beyoncé. Ensaiei a piada sobre a falta de jeito da Ferreira Leite, mas vi logo, pelas palmas forçadas, que ninguém achou graça. Já não sei quem é que me disse que era bom atacá-la, por isso deve ter sido o Santos Silva.
Segui com o ataque àquela ideia absurda de que o país estava falido, despachei o discurso e saí dali com o José Luís, que ainda deve estar a pensar o que veio fazer a Portugal...
No dia seguinte, percebi que aquela coisa do Paulo Rangel andar a dizer que desperdiçámos fundos europeus passava o dia a ser repetida nas televisões. Já o Paulo Portas andava com essa, a atacar o Jaime Silva há mais de um ano. E os jornalistas achavam que deitávamos dinheiro à rua.
A verdade. diziam-me os meus assessores, é que não podia pôr o Jaime Silva a defender-se porque já não acreditavam nele. E parece que o Nunes Correia não se podia explicar porque ninguém sabia que ele era ministro! Quanto mais que era o ministro que geria os fundos...
Na campanha ainda me ri com aquela piada do Pinho sobre a papa Maizena. Mas saiu tudo em defesa do Rangel, o que foi injusto. Se calhar devia mesmo ter remodelado o Pinho no início do ano, mas as pessoas não se lembram que ele me ajudava desde os tempos da oposição.
Na campanha queriam o quê? Que mudasse o rumo e largasse o Aeroporto e o TGV? Nem pensar. Só se tivesse remodelado o Mário Lino. Perdoei-lhe a Ota porque um homem não deixa cair os amigos. Sobretudo os de longa data. O que ele me ajudou nos tempos do Ambiente...
Culparam o Vital, coitado. Atacar o Durão Barroso deve ter sido coisa da Ana Gomes, e a do BPN, qual foi o mal de trazer o caso BPN para a campanha?
Correu mal, o que foi duro para o PS e muito duro para mim. Não merecia. Comecei a campanha a suar em bica e acabei a ouvir o ministro da Cultura a dizer que o resultado era normal! O tipo andou calado um ano e abriu a boca para isto!
Tinham-me dito que ia ganhar com uma campanha à Obama. Mas ganhou o candidato que só fez reuniões tupperware. Aprendi uma lição para a vida: não serve de nada ter assessores que estudaram o Obama se nenhum souber ligar o ar condicionado.

FONTE: Expresso - Ricardo Costa

terça-feira, 9 de junho de 2009

Quando o futuro é tão incerto, resta o quê?

Ninguém, hoje, tem dúvidas de que vivemos numa sociedade potencialmente explosiva, onde múltiplas exclusões se agudizam a cada dia que passa. A instabilidade social parece ser o sentimento de quase todos, e, quando tudo treme, a possibilidade de toda a estrutura ruir é imensa, basta um mínimo deslize.
O nosso país está assim, o mundo todo está assim. Ninguém parece querer arriscar qualquer movimento e, neste impasse, quase se paralisa a economia e a vida das pessoas. Instala-se a crise. Contudo, estes problemas que tendem a desestruturar as sociedades não são um epifenómeno da crise actual, vêm de longe e vêem-se à vista desarmada. Alguns aspectos são de percepção comum: - A organização da própria sociedade. Os empregos mal remunerados, longe de casa e a muitas horas de distância, passadas em transportes públicos desconfortáveis e pouco eficientes, chegando, em hora de ponta, a ser desumanos.
Recentemente, foi noticiado que as creches que abrem e fecham a desoras, tipo 5/6 h da manhã e 8/9h da noite, têm cada vez maior procura. Isto terá inevitáveis reflexos na vida futura destas crianças e de suas famílias, espero que quem sabe do assunto – médicos, psicólogos, pedopsiquiatras… – digam alguma coisa, para ajudarem a ver o essencial. No mesmo sentido, a vida de tantas crianças, muito jovens ainda, de passe social ao pescoço, subindo e descendo autocarros, a caminho da escola, a maioria com chaves de casa no bolso, entregues a si próprias, tardes, manhãs ou dias inteiros.
- O modo como se vive e se constrói a cidadania. Os espaços públicos e de convivência não criam proximidade, a vida comunitária e associativa, onde se deveriam partilhar projectos e desenvolver interesses comuns, está longe de construir verdadeiras pertenças, familiaridades e cumplicidades, as quais, construídas na juventude, perdurariam pela vida fora. Talvez se creia que a Internet, onde, aparentemente, o debate e a partilha de interesses parecem sem limites, possa substituir a conversa na praça, o encontro na associação…, mas, temo que se venha a descobrir, mais tarde que cedo, que não é bem assim.Os bairros tornaram-se anónimos, descaracterizados e sem identidade. Cada vez mais, somos de lado nenhum, evitamos, até, dizer onde vivemos, e isso pode acontecer não apenas por se tratar de um bairro social mais ou menos problemático, mas simplesmente porque não temos nenhum sentimento de pertença ao local, e por isso dizemos: “vivo em Lisboa”, “vivo no Porto”, “vivo no Algarve”, etc. Sem nos darmos conta, vamos ficando sem raízes e cada vez mais sós. Na verdade, uma solidão crescente habita as ruas, mesmo que nelas caminhem multidões.
- A precariedade laboral e o desemprego. Há pessoas, anos a fio, em empregos instáveis, a recibos verdes, sem o mínimo de possibilidades de terem qualquer projecto de futuro, e muitas delas sem qualquer esperança de algum dia virem a ter um trabalho estável. Em consequência, surgem a desmotivação, a baixa auto-estima, a depressão, o desânimo…, e o efeito de bola de neve instala-se, tudo parece correr mal.
Em muitas zonas rurais do interior do país a produção agrícola tornou-se residual, restam alguns serviços e a saída para fora. A isto, junta-se o desemprego galopante dos últimos meses, a falência ou a deslocalização de muitas empresas, para o qual não se vê saída, com a consequente instabilidade pessoal, familiar e social.
- A corrupção e o tráfico de influências. Em regimes democráticos, num Estado de direito, com leis e instituições a regular a vida social, diríamos que até ao ínfimo pormenor, seria de supor que os fenómenos de corrupção fossem evitados à mínima tentação – que existe, obviamente. Mas não é assim, atingiu, entre nós, nalguns casos, um patamar inimaginável. É algo que repugna pelo que tem de “polvo”, de subterrâneo, de engano e de malfeitoria. Ver alguns daqueles banqueiros, que julgávamos gente séria, serem meros delinquentes; ver o tráfico de influências de políticos e outros poderosos – alguns saem do governo e vão para administradores de grandes empresas, com o maior dos à-vontades – é de uma gravidade incomensurável.
O cidadão honesto que cumpre com os seus impostos e paga com sacrifício as suas contas descrê de tudo. É a estrutura da própria sociedade que fica em perigo. Resta não descrer em absoluto na justiça e nas potencialidades da democracia.

Fonte: DN Opinião (por Maria Rosa Afonso - 08/06/09)

Cavaco veta lei do financiamento dos partidos

O Presidente da República vetou hoje a nova lei do financiamento dos partidos, apontando "várias objecções de fundo" ao diploma, como o "aumento substancial do financiamento pecuniário não titulado" ou a possibilidade dos partidos obterem lucros nas campanhas.
"São várias as objecções de fundo que suscitam as soluções normativas contidas no diploma em causa", lê-se numa nota divulgada na página da Internet da Presidência da República .
Entre essas "objecções de fundo", Cavaco Silva aponta o "aumento substancial do financiamento pecuniário não titulado dos partidos políticos e das receitas provenientes de iniciativas de angariação de fundos, da possibilidade de os partidos obterem lucros nas campanhas eleitorais ou do aumento do limite das despesas de campanha na segunda volta das eleições para o Presidente da República".

Comunicado do Presidente da República
1 - O diploma aprovado pela Assembleia da República pretendeu introduzir uma alteração muito significativa ao regime em vigor sobre o financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais, aumentando de forma substancial os limites do financiamento privado e sem que se diminuam os montantes provenientes do financiamento público.
2 - Esta alteração ocorre sem que se encontre devidamente acautelada a existência de mecanismos de controlo que assegurem a necessária transparência das fontes de financiamento privado, no quadro de um sistema que, sublinhe-se, adopta um modelo de financiamento tendencialmente público, do qual já resultam especiais encargos para o Orçamento do Estado e para os contribuintes.
3 - São várias as objecções de fundo que suscitam as soluções normativas contidas no diploma em causa, como é o caso do aumento substancial do financiamento pecuniário não titulado dos partidos políticos e das receitas provenientes de iniciativas de angariação de fundos, da possibilidade de os partidos obterem lucros nas campanhas eleitorais ou do aumento do limite das despesas de campanha na segunda volta das eleições para o Presidente da República. Importa ainda ter presente que a alteração que agora se pretendia introduzir se afigura inoportuna, atenta a aproximação de vários actos eleitorais e a actual conjuntura económica e financeira do País.
4 - Ante o exposto, o Presidente da República devolveu hoje, sem promulgação, o Decreto nº 285/X da Assembleia da República, que altera a Lei n.º 19/2003, de 20 de Junho, que regula o regime aplicável ao financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Excerto...

A opinião geral dos cidadãos sobre os políticos é má, pelo que não se compreende que desdenhem da oportunidade de mandar 24 deles lá para fora. Quando se esperava que houvesse longas filas à porta das secções de voto, os portugueses preferem ficar em casa. Vá lá uma pessoa compreender o eleitorado...

Dizia RAP numa das suas crónicas da revista Visão, no dia 4 de Junho, falando sobre as anteriores eleições europeias...


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Avaliações

O triste caso da professora de Espinho não deve ser generalizado. Mas há uma série de perguntas que precisam de resposta. A primeira delas é: como é que ninguém notou que a professora não estava em condições de saúde para leccionar? Se esta docente de História substituía a matéria por invectivas pessoais aos alunos - alunos de 12 e 13 anos - sobre as supostas práticas sexuais deles, certamente que, nas reuniões de professores, a doença mental desta professora deveria notar-se. É muito evidente que o que se passou naquela sala de aula não tem nenhuma relação com programas de educação sexual - convém repetirmos esta evidência para calar a mistificação a que prontamente se lançaram os cruzados da fé e do império dos pais contra o direito ao esclarecimento dos filhos. Num programa "transversal" de educação sexual, a professora poderia falar sobre as diferentes concepções da sexualidade, da virgindade e do casamento ao longo da História; no meu tempo, a explicação do "direito de pernada" (o direito do senhor feudal a desflorar as mulheres dos seus servos, na noite de núpcias, antes do marido) fazia parte do estudo do feudalismo, sem que isso provocasse qualquer alarde. Creio todavia que a educação sexual não se centra nem se esgota nestes ensinamentos da História, pelo que deve ser um capítulo das Ciências da Natureza, para que possa ser leccionada com a objectividade e a isenção ideológica desejáveis.
Há, todavia, um pormenor relevante, do discurso delirante desta professora: é aquela frase em que, insultando a mãe de uma aluna, ela acrescenta os seus próprios títulos académicos como prova de superior sabedoria. Cena idêntica presenciei eu, há um ano, numa aula de ginástica de uma escola pública do primeiro ciclo, em Lisboa: "Têm que me respeitar, porque eu tenho um curso superior". Quase teria tido pena da presunção cândida da professora: graças a Deus, nenhuma criança de 9 anos respeita quem quer que seja por causa do canudo. A pena esvaiu-se-me quando a professora acrescentou: "Mexe-te! Pareces um atrasado mental!". Esta professora não tinha qualquer problema do foro psiquiátrico - só uma educação muito deficiente, e uma incapacidade pedagógica clamorosa. Não a tomei como regra; naquela mesma escola, havia várias outras professoras magníficas. Uma das coisas que essas professoras faziam era convidar regularmente os pais a participar nas aulas - lendo uma história ou falando sobre a sua experiência profissional.
Pergunto: porque é que no ensino secundário os pais não são convidados a, de vez em quando, assistir às aulas? Ergueram-se várias vozes para criticar a gravação às escondidas feita pelas alunas. Mas o que poderiam ter feito as alunas (ou os pais delas), naquele caso concreto, já que as queixas tinham apenas como consequência o agravar das ameaças e do assédio moral da professora? Mais degradante do que ensinar adolescentes a agirem como detectives reles, daqueles que fazem profissão de gravar filmes de adultérios para vender aos cônjuges traídos, só mesmo deixá-los à mercê de um poder enlouquecido e arbitrário. Para que assim não seja, a sala de aula tem de ser um espaço aberto às famílias - e aos avaliadores.
Quem avalia quem, e como? Esta pergunta aplica-se a toda a função pública. Viveu-se durante demasiado tempo a ignomínia igualitária que consiste em pagar do mesmo modo a excelência e a mediocridade - ou, até, premiar a mediocridade, que só é competente a lamber as botas certas. Mas quando, na base da avaliação, está um numerus clausus estatatístico que estabelece que em determinado equipamento municipal, dado o baixo número de funcionários, não pode haver sequer um funcionário excelente, a injustiça permanece. Diz-me a experiência que as equipas pequenas tendem a ser mais competentes, criativas e dedicadas do que as muito grandes. A contabilidade cega que se quer fazer passar por avaliação não contempla as pessoas, nem o trabalho efectivamente realizado. Só números, e à maneira antiga: cortar salários e esperanças dos mais mal pagos. Excelentes, só os que excelentemente circulam nas salas do poder. Não são os professores. Nem os funcionários públicos. Por muito bons que sejam - eu, por exemplo, trabalho com quinze funcionários públicos que são objectivamente excelentes ou muito bons, e estão proibidos por lei de ser avaliados como tal.

FONTE: Expresso - 3/06/2009 - Inês Pedrosa

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ricardo Araújo Pereira comenta noite eleitoral na SIC

Ricardo Araújo Pereira vai ser um dos comentadores da noite eleitoral de domingo, na SIC. O actor-humorista, dos Gato Fedorento, fará parte do painel de comentadores durante toda a noite.Além de Ricardo Araújo Pereira, a emissão da SIC terá comentários de jornalistas como Ricardo Costa, políticos como Pacheco Pereira, do PSD, e António Costa, do PS, e ainda do sociólogo António Barreto.
Os pivôs Rodrigo Guedes de Carvalho, Clara de Sousa, Bento Rodrigues, Pedro Mourinho e Ana Lourenço serão os apresentadores da emissão eleitoral, que contará com a participação de um total de mais de 100 profissionais. Os meios técnicos da emissão envolvem seis carros de exteriores e os resultados serão apresentados num cenário virtual construído nas mais modernas tecnologias de informação.
Para que os resultados sejam conhecidos o mais cedo possível, a SIC prepara também uma mega-sondagem à boca das urnas, da responsabilidade da Eurosondagem. Às 20h00, momento em que fecham as urnas em toda a Europa, será apresentada uma projecção de resultados e de mandatos.
Também os níveis de abstenção serão alvo de uma projecção logo às 19h00, horário de fecho das urnas em Portugal continental e na Madeira.

Fonte: Edição online do Expresso (2/Junho/09)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O que o Benfica venceu este ano

Os benfiquistas andam fartos do futuro. A culpa é, evidentemente, do próprio futuro: promete que vem, mas nunca mais chega. É desagradável. E o presente, infelizmente, não nos entusiasma. Que ganhou o Benfica este ano? Um triste troféu, e mais nada. Mas, pensando bem, talvez tenhamos ganho mais qualquer coisinha: ganhámos um Miguel Vítor, um Ruben Amorim, ganhámos um lateral-direito que não sabíamos que já lá estava, e ganhámos o regresso do Moreira à baliza e à Selecção. Sem o sabermos, pode ser que tenhamos começado a ganhar o futuro. Se, paralelamente, surgir uma vaga de árbitros alérgicos à cafeína, poderão estar reunidas as condições para se começar a ganhar qualquer coisa.
Como é costume, no último jogo do campeonato a equipa do Porto entrou em campo com o cabelo azul. Confesso que não sei que tipo de tinta usam os portistas para pintar a cabeça, mas é certamente uma tinta que não adere ao gel. O árbitro, Pedro Proença, apareceu com a cabeça na sua cor original. É pena que um dos homens que mais contribuiu para o tetra não tenha podido festejar devidamente.
Ao que parece, a CMVM acredita nas manchetes dos jornais desportivos. Haja alguém. No dia em que um jornal publicou mais uma notícia, nunca confirmada, da contratação de um novo treinador pelo Benfica, a CMVM suspendeu as acções do clube até o caso estar esclarecido. Se o Benfica pretende manter em segredo as suas opções no que diz respeito à equipa técnica, o melhor é dizer que o assunto é tabu. Os senhores da bolsa toleram tabus instituídos pelos clubes, mas não lhes perdoam notícias de jornal. A contratação de Ramires também já tinha sido motivo para um pedido de esclarecimento. Os organismos financeiros admitem que os clubes negoceiem defesas-centrais com clubes que não possuem o seu passe e que a transacção ocupe as páginas dos jornais durante semanas, com declarações do jogador, lamentos do clube que detém os seus direitos desportivos, e bitaites dos dirigentes do clube que os deteve em tempos mas já não detém. Mas são inflexíveis quanto a centrocampistas adquiridos ao seu legítimo proprietário. É preciso saber muito de finanças para compreender o futebol português.
A final da Liga dos Campeões foi ganha pela equipa que Pinto da Costa queria que ganhasse. Mais ou menos o que acontece cá, mas sem café. O presidente do Porto tinha justificado a preferência pelo Barcelona com as afinidades que os dois clubes teriam. Recordo que o Barcelona chegou à final depois de eliminar o Chelsea num jogo em que o árbitro perdoou cinco grandes penalidades à equipa catalã. Realmente, é o que se chama, na gíria, uma vitória à Porto.
Por Ricardo Araújo Pereira, Edição 31 de Maio 2009 - Jornal "A Bola"