quarta-feira, 24 de junho de 2009

Portugal ainda não bateu no fundo!

Portugal ainda não atingiu o pior da crise, diz OCDE.

As previsões da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) indicam que a economia portuguesa ainda não bateu no fundo. Esta organização prevê que Portugal sofra uma queda de 4,5% neste ano e continue a derrapar em 2010: decréscimo de 0,5%. Número que levarão o desemprego a atingir valores recorde e um forte impacto nas contas do Estado.

“Portugal está no meio de uma recessão profunda, pois o colapso da procura externa e as condições financeiras apertadas têm afectado todas as partes da economia, particularmente exportações e investimento”, afirma a OCDE na edição preliminar da sua ‘Economic Outlook’ (previsão económica), antecipando que a actividade económica continue a contrair-se ao longo de 2009, “antes de recuperar muito lentamente em 2010, quando as condições económicas e financeiras globais melhorarem gradualmente”. A previsão para os principais parceiros comerciais portugueses também não é positiva: Espanha vai cair 4,2% em 2009 e 0,9 no próximo ano; a Alemanha chegará aos -6,1 neste ano e subirá 0,2% em 2010. Um dos maiores problemas causados por esta contracção será o desemprego. Tendo em conta a habitual diferença temporal entre a evolução económica e a do emprego, o maior impacto far-se-á sentir em 2010: 11,2% da população activa estará desempregada. Em 2009 esta taxa chegará aos 9,6%, bem acima dos 7,6 registados pelo Instituto Nacional de Estatística no primeiro trimestre deste ano. Também o Estado terá de lutar com dificuldades financeiras: a OCDE prevê que o défice seja de 6,5% neste ano e no próximo. “A posição fiscal irá deteriorar-se significativamente em 2009, reflectindo as condições económicas mais fracas, receitas menores e aumento das despesas para apoiar a económica”, diz aquela organização internacional, avisando que serão necessárias “a médio prazo consolidação fiscal e reformas estruturais, para melhorar as perspectivas de crescimento, reduzir o desemprego prolongado e ajudar as finanças públicas a atingir um patamar mais sustentável”. Quanto aos preços junto do consumidor, estes sofrerão uma queda de 0,2% neste ano. No próximo ano a inflação será de 1%.
Fonte: DN - ECONOMIA - 24/06/2009

Sem comentários:

Enviar um comentário