terça-feira, 30 de junho de 2009

30 ano do SNS

''O ano corrente tem sido objecto das mais variadas manifestações (Congressos, Jornadas, Conferências, etc.) que procuram celebrar os 30 anos do Serviço Nacional de Saúde, uma das maiores realizações da mudança política ocorrida em Abril de 1974. (...) A cobertura das necessidades em saúde no nosso país, na década de 70, estava longe de satisfazer as necessidades da população, não era prioridade do governo, com responsabilidades na manutenção de uma guerra colonial e merecia um investimento de apenas 2,8% do PIB, em 1970. Os cuidados mais imediatos eram tratados nos postos médicos dos Serviços Médico-Sociais da Previdência e os cuidados agudos eram prestados por alguns, poucos, hospitais do Estado e principalmente por uma extensa rede de hospitais das Misericórdias. Foi a revolução de Abril e a Constituição de 1976 que mudaram definitivamente o panorama da saúde no nosso país. A nova Constituição determinou que “todos têm direito à protecção da saúde” e que seria levada a cabo “pela criação de um serviço nacional de saúde universal, geral e gratuito”As melhorias observadas ao nível dos indicadores de saúde nos referidos 30 anos foram espantosos. Há 30 anos, a mortalidade infantil era de 35 por mil, hoje é de 3,5 por mil. Há 30 anos, a esperança média de vida era de 65 anos, hoje é de 76 anos. No Relatório da OMS “Cuidados de Saúde Primários - Agora mais do que sempre”, divulgado no corrente ano, esta organização classificou Portugal como um dos cinco países do mundo que mais “notáveis progressos” fizeram na redução das taxas de mortalidade desde 1970.Mas estará o nosso país posicionado de forma tão positiva que não deva merecer anossa atenção? É claro que não. A mais recente divulgação, em Bruxelas, pela organização “Health Consumer Powerhouse” do posicionamento de Portugal no respectivo ranking refere a descida para o 26.º lugar quando ocupávamos o 16.º lugar em 2006 e o 19.º lugar em 2008. Diremos como epílogo que o SNS é o pilar do nosso sistema de saúde que deve ser protegido e potenciado com alterações que o fortifiquem mas não o desvirtuem em prol de uma prestação universal, geral e gratuita.''
Pedro Lopes, Presidente da APAH
Fonte: SaudeSA

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